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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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é falível. Esta fase tem os seus dilemas, os seus conflitos, os seus me<strong>do</strong>s, que são vivi<strong>do</strong>s<br />

de formas diferentes por cada um. O importante, é que esta fase seja vivida de forma<br />

positiva, mas para isso terá que ser preparada na fase anterior.<br />

A a<strong>do</strong>lescência prepara-se na infância e as pedras base desta preparação são os<br />

afectos uma vez que são essenciais ao desenvolvimento saudável. Quan<strong>do</strong> entre a criança e<br />

os seus pais não existem vínculos afectivos positivos, quan<strong>do</strong> a comunicação positiva não<br />

marca presença, não existe espaço para o diálogo e não é na a<strong>do</strong>lescência que o espaço<br />

relacional se vai modificar no senti<strong>do</strong> positivo.<br />

Com efeito, a análise deste perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> ciclo da vida tem actualmente evoluí<strong>do</strong> no<br />

senti<strong>do</strong> da desdramatização das concepções iniciais e naturacionistas, que a caracterizavam<br />

por um perío<strong>do</strong> de "crises" e "turbulência", para pontos de vista mais equilibra<strong>do</strong>s em que se<br />

reconhece que a agitação psicológica que lhe é peculiar pode ser atenuada pela capacidade<br />

de adaptação <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente ás várias transformações a que está sujeito.<br />

O processo de adaptação não implica que o a<strong>do</strong>lescente seja um indivíduo<br />

desadapta<strong>do</strong>, inseguro, angustia<strong>do</strong> ou rebelde como já foi descrito por HALL (1904), ou<br />

FREUD (1946) e outros teóricos psicanalíticos. OFFER e BOXER, (1995), indicam que nos<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s aproximadamente 80% <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes estuda<strong>do</strong>s não sofrem o<br />

denomina<strong>do</strong> turbilhão a<strong>do</strong>lescente. De um mo<strong>do</strong> geral, estes têm a habilidade de administrar<br />

os conflitos e efectuar uma transição tranquila para a idade adulta.<br />

É a partir da década de 80 com OFFER (1985), e outros autores que o conceito de<br />

crise de a<strong>do</strong>lescência é posto em causa, referin<strong>do</strong> SAMPAIO (1997ª), que “não há uma crise<br />

da a<strong>do</strong>lescência” mas “uma crise <strong>do</strong> adulto de meia-idade (pais, professores), que têm<br />

dificuldade em acompanhar, tolerar e negociar com os jovens as tarefas da a<strong>do</strong>lescência”.<br />

CORDEIRO (1999), reconhece que "existe de facto uma fase da vida caracterizada por<br />

grandes mudanças físicas e biológicas, psicológicas e intelectuais (...), uma fase de uma<br />

anormal instabilidade, de saudáveis dúvidas".<br />

Parece-nos pois existir um da<strong>do</strong> sobre o qual to<strong>do</strong>s os adultos estão de acor<strong>do</strong>, é que<br />

a a<strong>do</strong>lescência é uma idade de crise, que se processa particularmente a nível <strong>do</strong><br />

relacionamento entre adultos e a<strong>do</strong>lescentes. A palavra crise, é empregue um pouco em<br />

desespero de causa, sem prestar muita atenção ao seu conteú<strong>do</strong>. É uma palavra encontrada<br />

pelo adulto, para solucionar as dificuldades que surgem nas suas relações com o<br />

a<strong>do</strong>lescente.<br />

No entender de FARIAS (2003), encarar a a<strong>do</strong>lescência como crise que passa com a<br />

idade onde o normal é ser anormal, pode levar a um viés. Pode supervalorizar problemas,<br />

nem sempre importantes, como as dificuldades entre pais e filhos, que na maioria das vezes,<br />

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