Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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3.2 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS (EM CORTE TRANSVERSAL E LONGITUDINAL) A amostra inicial em estudo era constituída por 2056 estudantes pertencentes aos dezanove cursos diurnos da formação inicial das quatro unidades orgânicas do Instituto Politécnico no concelho de Viseu. No primeiro momento de estudo participaram 1238 estudantes a quem foi aplicado o instrumento de colheita de dados e destes, apenas 818 estudantes participaram no segundo momento, tendo-se por isso registado uma “mortalidade amostral” de 44,0% do primeira para a segundo vaga do inquérito epidemiológico. Sendo a variável dependente em estudo o consumo de bebidas alcoólicas no contexto das rituais / praxes académicas optámos por fazer previamente a análise desta temática, a fim de melhor compreender e discutir a sua variação relativamente às variáveis independentes do protocolo de investigação. SOFIA (1988) e PIRES (1999), opinam que já no princípio do século XIX era aceite que os factores sócio-culturais, religiosos e económicos tinham um peso preponderante na modelação das atitudes perante o álcool, considerando que nos países consumidores de bebidas alcoólicas se assiste a um elevado grau de permissividade ao invés do que ocorre nos países nórdicos e nos países consumidores de cerveja, que apresentam atitudes mais restritivas e ambivalentes. NEGREIROS (1998), considera o consumo de álcool um comportamento social assimilado e consequentemente indissociável do padrão cultural em vigor, sendo o consumo de bebidas alcoólicas o resultado das diferenças na qualidade e estrutura das normas, que as sociedades defendem acerca da bebida Passamos, de seguida, a discutir os resultados obtidos nas análises estatísticas efectuadas em corte transversal e em corte longitudinal. 3.2.1- Consumo de bebidas alcoólicas em rituais / praxes académicas e variáveis sócio demográficas A diversidade abrangente dos cursos leccionados nas Escolas do Instituto Politécnico de Viseu e as condições proporcionadas aos alunos têm funcionado como poder atractivo para a fixação da população estudantil no concelho. Por este e outros factores a população total de estudantes de formação inicial diurna do Instituto Politécnico de Viseu, é de cerca de 4500, pertencentes às escolas superiores que o integram. 368

A escola superior de Tecnologia foi a que mais contribuiu para este estudo, seguindo-se por ordem decrescente as escolas superiores de Saúde, de Educação e a escola superior Agrária. Os cursos de Enfermagem com 27.7%, de Gestão de Empresas com 10.0%, de Educadores de Infância com 6.7% e de Turismo com 6.6% foram os mais representativos nas duas fases deste estudo. A literatura indica que cerca de 60 % dos estudantes do ensino superior são do sexo feminino e que os cursos relacionados com as áreas sociais e humanas são as mais procurados por este grupo, enquanto que o sexo masculino procura preferencialmente cursos ligados às áreas tecnológicas e engenharias. Estas tendências são confirmadas no nosso estudo uma vez que se observou a predominância do sexo feminino tanto no que se refere à sua prevalência como ao tipo de curso escolhido. Com efeito, o sexo feminino é predominante no curso de Enfermagem e dos cursos ministrados na escola superior de Tecnologia, quatro são frequentados maioritariamente pelo sexo feminino e cinco pelo sexo masculino. Apenas no curso de Educação Física da escola superior de Educação predomina o sexo masculino e na escola superior Agrária, observa-se uma distribuição proporcional do sexo face aos cursos aí existentes. A idade mínima registada nos estudantes da nossa amostra foi de 18 anos, e a máxima oscilou entre os 20 anos no cursos de Engenharia Zootécnica e os 40 anos nos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Electrotécnica, correspondendo uma idade média de 21.1 anos para a totalidade dos estudantes. Trata-se de uma média de idades relativamente baixa, que para CHICKERING e REISSER (citado por FERREIRA e cols, 1997) constitui, para a maioria dos estudantes universitários, uma fase de vida com as inevitáveis questões de desenvolvimento, de autonomia, de interdependência, de relações interpessoais, de construção da identidade entre outras. Em período lectivo a quase totalidade dos estudantes envolvidos (90.0%) e cerca de 80.0% dos seus progenitores residem no concelho de Viseu distribuindo-se uma minoria pelos concelhos limítrofes. A frequência do ensino superior obriga, por vezes ao afastamento do jovem do seu meio familiar, com acrescidas responsabilidades para este (LEVISKY 1995; PINTO 1999; MONTEIRO e SANTOS 2001; BALLONE, 2002 e BOLIVAR 2002). Os resultados do nosso estudo vão ao encontro desta realidade pois mais de metade dos estudantes da amostra, optam por viver com colegas ou seja em grupo, (56.8% vs. 58.8%) com valores superiores para o sexo feminino e somente cerca de 1/3 vive em ambiente familiar. Este contexto grupal propicia muitas vezes, segundo MARTINS, 369

A escola superior de Tecnologia foi a que mais contribuiu para este estu<strong>do</strong>,<br />

seguin<strong>do</strong>-se por ordem decrescente as escolas superiores de Saúde, de Educação e a<br />

escola superior Agrária. Os cursos de Enfermagem com 27.7%, de Gestão de<br />

Empresas com 10.0%, de Educa<strong>do</strong>res de Infância com 6.7% e de Turismo com 6.6%<br />

foram os mais representativos nas duas fases deste estu<strong>do</strong>.<br />

A literatura indica que cerca de 60 % <strong>do</strong>s estudantes <strong>do</strong> ensino superior são <strong>do</strong><br />

sexo feminino e que os cursos relaciona<strong>do</strong>s com as áreas sociais e humanas são as<br />

mais procura<strong>do</strong>s por este grupo, enquanto que o sexo masculino procura<br />

preferencialmente cursos liga<strong>do</strong>s às áreas tecnológicas e engenharias. Estas<br />

tendências são confirmadas no nosso estu<strong>do</strong> uma vez que se observou a<br />

pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sexo feminino tanto no que se refere à sua prevalência como ao tipo<br />

de curso escolhi<strong>do</strong>. Com efeito, o sexo feminino é pre<strong>do</strong>minante no curso de<br />

Enfermagem e <strong>do</strong>s cursos ministra<strong>do</strong>s na escola superior de Tecnologia, quatro são<br />

frequenta<strong>do</strong>s maioritariamente pelo sexo feminino e cinco pelo sexo masculino.<br />

Apenas no curso de Educação Física da escola superior de Educação pre<strong>do</strong>mina o<br />

sexo masculino e na escola superior Agrária, observa-se uma distribuição proporcional<br />

<strong>do</strong> sexo face aos cursos aí existentes.<br />

A idade mínima registada nos estudantes da nossa amostra foi de 18 anos, e a<br />

máxima oscilou entre os 20 anos no cursos de Engenharia Zootécnica e os 40 anos<br />

nos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Electrotécnica, corresponden<strong>do</strong> uma<br />

idade média de 21.1 anos para a totalidade <strong>do</strong>s estudantes. Trata-se de uma média de<br />

idades relativamente baixa, que para CHICKERING e REISSER (cita<strong>do</strong> por<br />

FERREIRA e cols, 1997) constitui, para a maioria <strong>do</strong>s estudantes universitários, uma<br />

fase de vida com as inevitáveis questões de desenvolvimento, de autonomia, de<br />

interdependência, de relações interpessoais, de construção da identidade entre outras.<br />

Em perío<strong>do</strong> lectivo a quase totalidade <strong>do</strong>s estudantes envolvi<strong>do</strong>s (90.0%) e<br />

cerca de 80.0% <strong>do</strong>s seus progenitores residem no concelho de Viseu distribuin<strong>do</strong>-se<br />

uma minoria pelos concelhos limítrofes.<br />

A frequência <strong>do</strong> ensino superior obriga, por vezes ao afastamento <strong>do</strong> jovem <strong>do</strong><br />

seu meio familiar, com acrescidas responsabilidades para este (LEVISKY 1995;<br />

PINTO 1999; MONTEIRO e SANTOS 2001; BALLONE, 2002 e BOLIVAR 2002). Os<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong> vão ao encontro desta realidade pois mais de metade <strong>do</strong>s<br />

estudantes da amostra, optam por viver com colegas ou seja em grupo, (56.8% vs.<br />

58.8%) com valores superiores para o sexo feminino e somente cerca de 1/3 vive em<br />

ambiente familiar. Este contexto grupal propicia muitas vezes, segun<strong>do</strong> MARTINS,<br />

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