Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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caracterizar a população quanto ao vínculo laboral ou escolar; identificar possíveis factores de risco de abandono e de baixo rendimento escolar; conhecer o grupo jovem não incorporado em actividades úteis; tipificar as famílias quanto à situação socio-económica e hábitos alcoólicos; conhecer a estrutura familiar relativamente à sua dinâmica, patologias e condutas sociais facilitadores de perturbar o grupo familiar; conhecer as condições habitacionais. Ao analisar os factores facilitadores do consumo de álcool o autor subdivide-os nos seguintes parâmetros: Problemas na família com predominância de regras pouco claras ou firmes acerca do comportamento, com reacções incongruentes que influenciam o comportamento dos filhos, fraca supervisão e vigilância de algumas condutas onde a disciplina é fraca e o padrão de comunicação negativa, acompanhada de críticas constantes e ausências de elogio sendo estas famílias consideradas disfuncionais. Comportamento anti-social precoce caracterizado por uma estreita relação entre os transtornos de comportamento na escola e o uso/abuso de álcool caracterizando-se por agressividade, hiperactividade, falta de atenção e atitudes negativas. Rebeldia e falta de interesse pela sociedade com recusa de adopção dos valores sociais predominantes, revoltando-se contra a autoridade de pais e professores. Amigos que usam álcool constituiu um potente factor pela influência que exerce. De entre os factores protectores do consumo de álcool o autor destaca: Família equilibrada com boas relações interpessoais; satisfatório nível educacional geral e da saúde em particular; bom saneamento ambiental; recreação sadia com oportunidade de utilizar o tempo livre de forma positiva; possuir amigos sem condutas desviantes; auto-estima elevada; projectos de vida elaborados e desejados; elevada resiliência e pertencer a grupos juvenis, desportivos ou culturais. Também FARATE (2001), citando RUTTER (1993), apresenta quatro tipos de mecanismos de protecção: Os que reduzem o impacto das situações de risco pela limitação dos efeitos negativos e/ou pela menor exposição aos mesmos; Os que reduzem a possibilidade do desenvolvimento de um conjunto de reacções negativas, após contacto do jovem com a situação de risco; Os que são promotores da auto-estima e auto-eficácia, aspirando assim a relações pessoais securizantes e a eficazes vivências que funcionem de forma desenvolvimental Os que têm capacidade de ver e escolher experiências comportamentais alternativas mais adaptadas às suas expectativas e necessidades. PATRICIO (2002), aponta como finalidades da prevenção a possibilidade de cada indivíduo conduzir a sua vida no âmbito do respeito pela pessoa, seus desejos, dificuldade e 242

seu próprio itinerário, interessar-se pelos outros e ajudá-los a construir o desejo de abstinência, assim como a capacidade de gerir os consumos. Para MELLO e cols. (2001), duas grandes estratégias são apontadas nos programas de acção preventiva do alcoolismo: Limitação de oferta, canalizada para a produção e venda com controlo na produção, comércio, expansão de mercado e comércio internacional, regulamento na distribuição com indicação de horas e locais de venda; Regulamento de preços e redução da procura, canalizada para a pessoa facilitando-lhe a aquisição de um comportamento de bebida responsável, através da informação sobre riscos e consequências, da educação pela adopção de atitudes, comportamentos e responsabilidades e análise e mudança dos comportamentos base da “busca” do álcool. FARATE (2001), partilha desta opinião mas no seu modelo explicativo, aposta fortemente ao nível da limitação da procura que vai da abstinência à aquisição dos meios adequados necessários para resistir ao consumo. Para adquirir esta capacidade de controlo o autor considera necessárias a adopção de estratégias que gravitam em dois eixos principais: um, privilegia a formação/informação preferencialmente em meio escolar ou profissional, visa esclarecer as consequências negativas do consumo (físico, psicológico e social) e incute a capacidade de critica face ao comportamento; o outro, privilegia a elaboração de programas tendentes a que o jovem possua as condições necessárias a uma boa saúde (física, psíquica e social), programas estes, propiciadores de desenvolvimento de capacidades relacionais, favorecendo assim maior robustez psicológica para poderem ultrapassar as situações de risco. Para completar o último ponto de vista o autor cita CARVALHO (1991), para referir que a “predisposição sócio-afectiva” dos jovens ao início do consumo varia consoante um “sistema individual complexo” resultante de uma interacção dinâmica dos factores pessoais, relacionais e influências sócio-culturais (p. 327). Dada a forte probabilidade que o actual jovem tem de se encontrar com a bebida alcoólica parece ser sensato e inteligente proceder a uma intervenção precoce no sentido de redução dos factores de risco e aumento dos factores protectores. Também FREIXA (1996), defende uma avaliação para o consumo de álcool, com base na acessibilidade e disponibilidade como factores de risco e uma modificação profunda dos pressupostos teórico/práticos da prevenção, sendo esta ideia reforçada por CALAFATA (2002), quando afirma que todas as intervenções dirigidas ao controlo do consumo têm influência na diminuição do referido consumo. Desde a Lei Seca aplicada nos EUA, ao controlo de venda a menores, todas as medidas facilitadoras da diminuição da acessibilidade são as que mais claramente tem influenciado o consumo e os problemas com ele relacionado. Um exemplo marcante foi o 243

caracterizar a população quanto ao vínculo laboral ou escolar;<br />

identificar possíveis factores de risco de aban<strong>do</strong>no e de baixo rendimento escolar;<br />

conhecer o grupo jovem não incorpora<strong>do</strong> em actividades úteis;<br />

tipificar as famílias quanto à situação socio-económica e hábitos alcoólicos;<br />

conhecer a estrutura familiar relativamente à sua dinâmica, patologias e condutas<br />

sociais facilita<strong>do</strong>res de perturbar o grupo familiar;<br />

conhecer as condições habitacionais.<br />

Ao analisar os factores facilita<strong>do</strong>res <strong>do</strong> consumo de álcool o autor subdivide-os nos<br />

seguintes parâmetros:<br />

Problemas na família com pre<strong>do</strong>minância de regras pouco claras ou firmes acerca <strong>do</strong><br />

comportamento, com reacções incongruentes que influenciam o comportamento <strong>do</strong>s filhos,<br />

fraca supervisão e vigilância de algumas condutas onde a disciplina é fraca e o padrão de<br />

comunicação negativa, acompanhada de críticas constantes e ausências de elogio sen<strong>do</strong><br />

estas famílias consideradas disfuncionais.<br />

Comportamento anti-social precoce caracteriza<strong>do</strong> por uma estreita relação entre os<br />

transtornos de comportamento na escola e o uso/abuso de álcool caracterizan<strong>do</strong>-se por<br />

agressividade, hiperactividade, falta de atenção e atitudes negativas.<br />

Rebeldia e falta de interesse pela sociedade com recusa de a<strong>do</strong>pção <strong>do</strong>s valores<br />

sociais pre<strong>do</strong>minantes, revoltan<strong>do</strong>-se contra a autoridade de pais e professores.<br />

Amigos que usam álcool constituiu um potente factor pela influência que exerce.<br />

De entre os factores protectores <strong>do</strong> consumo de álcool o autor destaca: Família<br />

equilibrada com boas relações interpessoais; satisfatório nível educacional geral e da saúde<br />

em particular; bom saneamento ambiental; recreação sadia com oportunidade de utilizar o<br />

tempo livre de forma positiva; possuir amigos sem condutas desviantes; auto-estima<br />

elevada; projectos de vida elabora<strong>do</strong>s e deseja<strong>do</strong>s; elevada resiliência e pertencer a grupos<br />

juvenis, desportivos ou culturais. Também FARATE (2001), citan<strong>do</strong> RUTTER (1993),<br />

apresenta quatro tipos de mecanismos de protecção:<br />

Os que reduzem o impacto das situações de risco pela limitação <strong>do</strong>s efeitos negativos<br />

e/ou pela menor exposição aos mesmos;<br />

Os que reduzem a possibilidade <strong>do</strong> desenvolvimento de um conjunto de reacções<br />

negativas, após contacto <strong>do</strong> jovem com a situação de risco;<br />

Os que são promotores da auto-estima e auto-eficácia, aspiran<strong>do</strong> assim a relações<br />

pessoais securizantes e a eficazes vivências que funcionem de forma<br />

desenvolvimental<br />

Os que têm capacidade de ver e escolher experiências comportamentais alternativas<br />

mais adaptadas às suas expectativas e necessidades.<br />

PATRICIO (2002), aponta como finalidades da prevenção a possibilidade de cada<br />

indivíduo conduzir a sua vida no âmbito <strong>do</strong> respeito pela pessoa, seus desejos, dificuldade e<br />

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