Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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6 – PREVENÇÃO DO ALCOOLISMO Actuar preventivamente no consumo de bebidas alcoólicas implica antes de mais definir o grupo alvo dessa intervenção, definir os objectivos prioritários e a partir daí aplicar as estratégias propiciadoras de melhores resultados (CALAFAT, 2002). Neste contexto, o grupo alvo serão os jovens que frequentam o ensino superior e os objectivos o seu comportamento de bebida no decurso das praxes/rituais académicas. Dado que nos jovens, o álcool é actualmente usado basicamente como meio de diversão, é urgente que cada um reconheça os seus limites e os limites que têm enquanto grupo. Torna-se por isso necessário que os jovens adquiram capacidades que lhes permitam actuar/agir por antecipação, isto é, antecipadamente delimitar limites de consumo e cumprir essa decisão já que prevenir é “ver com antecipação”. PATRÍCIO (2002, p. 69), considera que “a prevenção requer uma atenção contínua, num processo educativo atento” em que não basta “…conhecer as drogas e os seus efeitos …” acrescentando que “Educar é também fazer perceber que a lei tem por objectivo proteger os mais fracos”. Como estratégias preventivas defende-se uma aposta na promoção e prevenção com intervenção ao nível do risco individual e familiar numa abordagem integral (bio-psico-social) e interdisciplinar. A escola pode facilmente fazer uma detecção precoce dos indivíduos/grupos de risco e consequentemente proceder ao devido encaminhamento. Para tal, há que proporcionar formação aos professores sobre estas temáticas pois o problema das drogas, resulta por vezes, de uma questão legal, muitas vezes de âmbito médico e é sempre um problema educativo. PATRICIO (2002), refere que restringir a prevenção à informação pode até ser uma forma de promover os consumos dado que a base da prevenção se faz educando. O consumo de álcool é actualmente de tal forma frequente e elevado que, com alguma segurança pode afirmar-se ser difícil alguém chegar à idade adulta sem experimentar ou contactar com alguma das manifestações associadas ao seu consumo. À semelhança do que acontece com as populações adultas, o consumo excessivo de álcool nos jovens é responsável por diversos problemas ao nível da saúde, rendimento escolar e adaptação social. O abuso de álcool na adolescência, tem vindo ainda a ser tematizado no contexto de outros comportamentos problema como a delinquência e o uso/abuso de drogas ilícitas, pelo que a intervenção nesta área terá, eventualmente um impacto mais geral ao nível de outros comportamentos desviantes (CARVALHO, 1990). 234

Pela sua agressividade, complexidade e repercussões aos diferentes níveis, os problemas ligados ao álcool acarretam múltiplas interacções, o que implica uma abordagem pluridisciplinar integrada e integradora de todos os conhecimentos neste domínio e na qual a equipa multidisciplinar de orientação cognitiva ou comportamental, podem intervir directamente junto dos indivíduos e das famílias (CARVALHO, 1996; COSTA, 1998). Por todos estes motivos, os esforços tendentes a identificar meios eficazes de prevenção de um consumo excessivo de álcool na adolescência poderão revelar-se importantes. Qualquer programa de acções preventivas exige a colaboração consertada e compreensiva de todas as pessoas interessadas, para que as iniciativas tenham mais impacto e amplitude e para que os esforços não pareçam vãos, incompletos e isolados. Todas as mudanças de atitudes, de comportamentos e da trajectória de vida contra a resistência, são difíceis e complexas, mas possíveis (CARVALHO, 1990). As medidas preventivas para combater os efeitos indesejáveis do álcool surgiram desde que as bebidas alcoólicas são utilizadas pelo homem (ROGER e WERNER, 1995). RODRIGUES (1997), é de opinião que a abordagem dos problemas ligados ao álcool, deve ser feita numa perspectiva de saúde pública. Neste contexto, baseando-se no conhecimento da interacção Agente-Hospedeiro-Meio e aos três níveis de prevenção, esta poder-se-á organizar sobre o reconhecimento da multicausalidade da doença, podendo haver acções preventivas em todas as áreas. ROSELL (1999), é da mesma opinião pois o consumo de álcool é o resultado da interacção do indivíduo (hospedeiro), o ambiente e as drogas (agente). MELLO e cols. (2001), com base na referida interacção apontam três diferentes níveis de prevenção. A prevenção primária com medidas legislativas e económicas (susceptíveis de limitar o “acesso”), medidas informativas e educativas (susceptíveis de limitar a “procura”) e medidas educativas promotoras da saúde. A prevenção secundária defende uma intervenção precoce ao nível do diagnóstico e tratamento nos sujeitos já atingidos. A prevenção terciária aconselha medidas minimizadoras de sequelas, de reintegração social e de reajustamento e readaptação à sociedade. Como referido é responsabilidade social e dos técnicos de saúde e educação prevenir o uso da substância e desenvolver estratégias que contribuam para um maior conhecimento dos seus efeitos e desenvolver redes de apoio para o seu controle, fomentando a participação da família, da escola e da comunidade. Algumas das estratégias a implementar assentam na elaboração de programas de ensino/aprendizagem nas escolas sobre os efeitos negativos do consumo e no desenvolvimento da capacidade para resistir a esse consumo, na promoção de campanhas publicitárias preventivas e no aumento do preço da substância. 235

Pela sua agressividade, complexidade e repercussões aos diferentes níveis, os<br />

problemas liga<strong>do</strong>s ao álcool acarretam múltiplas interacções, o que implica uma abordagem<br />

pluridisciplinar integrada e integra<strong>do</strong>ra de to<strong>do</strong>s os conhecimentos neste <strong>do</strong>mínio e na qual a<br />

equipa multidisciplinar de orientação cognitiva ou comportamental, podem intervir<br />

directamente junto <strong>do</strong>s indivíduos e das famílias (CARVALHO, 1996; COSTA, 1998).<br />

Por to<strong>do</strong>s estes motivos, os esforços tendentes a identificar meios eficazes de<br />

prevenção de um consumo excessivo de álcool na a<strong>do</strong>lescência poderão revelar-se<br />

importantes. Qualquer programa de acções preventivas exige a colaboração consertada e<br />

compreensiva de todas as pessoas interessadas, para que as iniciativas tenham mais<br />

impacto e amplitude e para que os esforços não pareçam vãos, incompletos e isola<strong>do</strong>s.<br />

Todas as mudanças de atitudes, de comportamentos e da trajectória de vida contra a<br />

resistência, são difíceis e complexas, mas possíveis (CARVALHO, 1990). As medidas<br />

preventivas para combater os efeitos indesejáveis <strong>do</strong> álcool surgiram desde que as bebidas<br />

alcoólicas são utilizadas pelo homem (ROGER e WERNER, 1995). RODRIGUES (1997), é<br />

de opinião que a abordagem <strong>do</strong>s problemas liga<strong>do</strong>s ao álcool, deve ser feita numa<br />

perspectiva de saúde pública. Neste contexto, basean<strong>do</strong>-se no conhecimento da interacção<br />

Agente-Hospedeiro-Meio e aos três níveis de prevenção, esta poder-se-á organizar sobre o<br />

reconhecimento da multicausalidade da <strong>do</strong>ença, poden<strong>do</strong> haver acções preventivas em<br />

todas as áreas. ROSELL (1999), é da mesma opinião pois o consumo de álcool é o resulta<strong>do</strong><br />

da interacção <strong>do</strong> indivíduo (hospedeiro), o ambiente e as drogas (agente).<br />

MELLO e cols. (2001), com base na referida interacção apontam três diferentes<br />

níveis de prevenção. A prevenção primária com medidas legislativas e económicas<br />

(susceptíveis de limitar o “acesso”), medidas informativas e educativas (susceptíveis de<br />

limitar a “procura”) e medidas educativas promotoras da saúde. A prevenção secundária<br />

defende uma intervenção precoce ao nível <strong>do</strong> diagnóstico e tratamento nos sujeitos já<br />

atingi<strong>do</strong>s. A prevenção terciária aconselha medidas minimiza<strong>do</strong>ras de sequelas, de<br />

reintegração social e de reajustamento e readaptação à sociedade.<br />

Como referi<strong>do</strong> é responsabilidade social e <strong>do</strong>s técnicos de saúde e educação<br />

prevenir o uso da substância e desenvolver estratégias que contribuam para um maior<br />

conhecimento <strong>do</strong>s seus efeitos e desenvolver redes de apoio para o seu controle,<br />

fomentan<strong>do</strong> a participação da família, da escola e da comunidade.<br />

Algumas das estratégias a implementar assentam na elaboração de programas de<br />

ensino/aprendizagem nas escolas sobre os efeitos negativos <strong>do</strong> consumo e no<br />

desenvolvimento da capacidade para resistir a esse consumo, na promoção de campanhas<br />

publicitárias preventivas e no aumento <strong>do</strong> preço da substância.<br />

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