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e cols. (1980), as influências dos pais e companheiros são frequentemente mediadas pelas próprias expectativas dos adolescentes. Num estudo em alunos universitários BROWN (1985a; 1985b), verificou que a expectativa de redução da tensão era o preditor mais forte de problemas com o álcool comprovando que as expectativas de efeitos globais positivos seriam preditores de abandono ou não do tratamento. Quando o sujeito possui expectativas de resultado positivo acerca dos efeitos do álcool, a probabilidade de recaída aumenta, sendo frequente nestas circunstâncias a pessoa antecipar os efeitos positivos imediatos tendo por base experiências passadas, ignorando simultaneamente as consequências negativas posteriores daí advindas (MARLATT 1985 a p. 40). Outros factores além das expectativas, poderão eventualmente interagir no consumo de álcool, pois diferentes indivíduos mesmo com iguais expectativas, devido às suas características individuais, conduzi-lo-ão a diferente valoração e consumo. A força individual das expectativas, funcionará como maior ligação entre as expectativas acerca dos efeitos do álcool e o seu consumo, tendo GOLDMAN e cols. (1987), considerado três fontes diferentes que influenciam a força ou padrão de expectativas. A primeira surge na infância, acontece por aprendizagem modelar e relaciona-se com as experiências individuais de vida antes do início de consumo de álcool, conduzindo a expectativas diferentes de acordo com o papel dos familiares, pares e mass media, no padrão de comportamento adoptado. A segunda refere-se à necessidade de reforço das expectativas através dos resultados pois após início do consumo diferentes experiências com o álcool surgem como forma de consolidar ou fortalecer diferentes expectativas. Se o sujeito possuir expectativas positivas no sentido de que o álcool melhorará as competências para lidar com uma situação social e simultaneamente vivênciar maior prazer/êxito nessa situação, o álcool tornar-se-á um componente essencial a utilizar em situações semelhantes. As diferenças individuais de aptidões sociais podem interactuar com as expectativas na decisão da quantidade consumida, independentemente do efeito farmacológico. A terceira refere-se ás próprias diferenças fisiológicas que interactuando com os efeitos farmacológicos produz diferentes expectativas, podendo um determinado efeito farmacológico (por repetição) transformar-se em expectativa. Assim, por exemplo, uma determinada dose de álcool proporcionará diferentes níveis de relaxamento consoante o sujeito, podendo assim ficar mais apto a desenvolver expectativas de redução da tensão. As expectativas negativas acerca dos efeitos da abstinência resultantes da dependência física; também são de considerar pois o consumo do álcool, que visa atingir os 196
efeitos positivos imediatos e agradáveis, permitirá também evitar os efeitos negativos de longo prazo inerentes aos sintomas de abstinência. Muitos têm sido os estudos sobre expectativas e crenças pessoais acerca dos efeitos do álcool, que se fundamentaram sobretudo em costumes e experiências pessoais com o álcool. De entre as crenças, MARLATT (1984), considera como a mais generalizada, o poder transformador positivo ou de “elixir mágico” do álcool, isto é, espera-se que o álcool aumente o prazer social e físico, o desempenho e prazer sexual, a percepção de poder, de força e assertividade (auto-afirmação), e reduza a tensão (MARLATT e ROHSENOW, 1980). GOUVEIA e cols. (1983), na concepção do Inventário de Expectativas e Crenças Pessoais Acerca do Álcool que utilizamos no nosso estudo, por considerarmos pertinente e atender à realidade portuguesa, isolaram seis factores ou dimensões de expectativas fundamentais na sua amostra de sujeitos com diferente experiência de álcool: (Efeitos Globais Positivos e facilitadores das Interacções, Activação e Prazer Sexual, Efeitos Positivos na Actividade e Humor, Escape a Estados Emocionais negativos, Desinibição sexual, Diminuição de sentidos negativos de Si Mesmo e Ansiedade Avaliativa). As expectativas acerca dos efeitos do álcool, afectam uma variedade de comportamentos dos quais são exemplo o comportamento agressivo (LANG e cols. 1975), a activação sexual (WILSON e LAWSON, 1976) e a ansiedade (WILSON e ABRAMS, 1977), sobrepondo-se por vezes ao efeito farmacológico do álcool. MARLATT E ROHSENOW (1980), em estudos experimentais com utilização de uma metodologia de investigação “two- by-two balanced placebo design” com quatro grupos experimentais em que se manipulou o efeito das expectativas e o efeito farmacológico do álcool de forma independente, demonstraram a importância do papel das expectativas acerca dos efeitos do álcool, na mediação da ingestão e do comportamento sob intoxicação. MAISTO e cols. (1981), defendem que quando as expectativas são fracas, indefinidas ou envolvem consequências indesejáveis, podem exercer uma fraca influência sobre o comportamento, sugerindo que as expectativas exercem uma influência mais forte nos comportamentos que são controláveis. Sugerem ainda que o beber é um comportamento orientado para um objectivo, sendo forte a probabilidade subjectiva de que o álcool servirá uma função desejada contributiva para o aumento da probabilidade de beber, podendo assim as diferenças nas expectativas, revelar motivações para um beber excessivamente. Os hábitos de bebida podem fazer variar também as expectativas tendo BROWN e cols. (1980), concluído que estudantes bebedores leves, possuíam expectativas gerais positivas, enquanto bebedores excessivos referiam mais frequentemente expectativas de melhoria sexual, activação e comportamento agressivo, podendo estas diferenças individuais 197
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e cols. (1980), as influências <strong>do</strong>s pais e companheiros são frequentemente mediadas pelas<br />
próprias expectativas <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes.<br />
Num estu<strong>do</strong> em alunos universitários BROWN (1985a; 1985b), verificou que a<br />
expectativa de redução da tensão era o preditor mais forte de problemas com o álcool<br />
comprovan<strong>do</strong> que as expectativas de efeitos globais positivos seriam preditores de<br />
aban<strong>do</strong>no ou não <strong>do</strong> tratamento. Quan<strong>do</strong> o sujeito possui expectativas de resulta<strong>do</strong> positivo<br />
acerca <strong>do</strong>s efeitos <strong>do</strong> álcool, a probabilidade de recaída aumenta, sen<strong>do</strong> frequente nestas<br />
circunstâncias a pessoa antecipar os efeitos positivos imediatos ten<strong>do</strong> por base experiências<br />
passadas, ignoran<strong>do</strong> simultaneamente as consequências negativas posteriores daí advindas<br />
(MARLATT 1985 a p. 40).<br />
Outros factores além das expectativas, poderão eventualmente interagir no consumo<br />
de álcool, pois diferentes indivíduos mesmo com iguais expectativas, devi<strong>do</strong> às suas<br />
características individuais, conduzi-lo-ão a diferente valoração e consumo.<br />
A força individual das expectativas, funcionará como maior ligação entre as<br />
expectativas acerca <strong>do</strong>s efeitos <strong>do</strong> álcool e o seu consumo, ten<strong>do</strong> GOLDMAN e cols. (1987),<br />
considera<strong>do</strong> três fontes diferentes que influenciam a força ou padrão de expectativas. A<br />
primeira surge na infância, acontece por aprendizagem modelar e relaciona-se com as<br />
experiências individuais de vida antes <strong>do</strong> início de consumo de álcool, conduzin<strong>do</strong> a<br />
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padrão de comportamento a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>.<br />
A segunda refere-se à necessidade de reforço das expectativas através <strong>do</strong>s<br />
resulta<strong>do</strong>s pois após início <strong>do</strong> consumo diferentes experiências com o álcool surgem como<br />
forma de consolidar ou fortalecer diferentes expectativas. Se o sujeito possuir expectativas<br />
positivas no senti<strong>do</strong> de que o álcool melhorará as competências para lidar com uma situação<br />
social e simultaneamente vivênciar maior prazer/êxito nessa situação, o álcool tornar-se-á<br />
um componente essencial a utilizar em situações semelhantes. As diferenças individuais de<br />
aptidões sociais podem interactuar com as expectativas na decisão da quantidade<br />
consumida, independentemente <strong>do</strong> efeito farmacológico.<br />
A terceira refere-se ás próprias diferenças fisiológicas que interactuan<strong>do</strong> com os<br />
efeitos farmacológicos produz diferentes expectativas, poden<strong>do</strong> um determina<strong>do</strong> efeito<br />
farmacológico (por repetição) transformar-se em expectativa. Assim, por exemplo, uma<br />
determinada <strong>do</strong>se de álcool proporcionará diferentes níveis de relaxamento consoante o<br />
sujeito, poden<strong>do</strong> assim ficar mais apto a desenvolver expectativas de redução da tensão.<br />
As expectativas negativas acerca <strong>do</strong>s efeitos da abstinência resultantes da<br />
dependência física; também são de considerar pois o consumo <strong>do</strong> álcool, que visa atingir os<br />
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