17.04.2013 Views

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A forma como as pessoas interpretam as situações, influencia as suas emoções,<br />

motivações e acções sen<strong>do</strong> estas interpretações moldadas, em muitas circunstâncias pelas<br />

crenças relevantes que são activadas por essas mesmas situações. A etiologia das<br />

disfunções psicológicas, numa perspectiva cognitiva, encontra-se na forma como os sujeitos<br />

conceptualizam a realidade e nos mecanismos de processamento de informação que lhe<br />

estão associa<strong>do</strong>s (GONÇALVES, 1993).<br />

Assim, situações sociais podem desencadear uma crença idiossincrática <strong>do</strong> tipo “se<br />

eu tomar uma bebida fico mais relaxa<strong>do</strong>” levan<strong>do</strong> deste mo<strong>do</strong> ao desejo de beber, o que<br />

constitui factor de vulnerabilidade para o abuso <strong>do</strong> álcool, estimulan<strong>do</strong> o craving (BECK e<br />

cols. 1993). Estas situações, influenciam as reacções individuais às sensações fisiológicas<br />

provocadas pela ansiedade e craving (BECK e cols. 1985). As crenças aditivas parecem ter<br />

origem em um ou num conjunto de esquemas disfuncionais e a sua sequência da activação<br />

<strong>do</strong>s esquemas nucleares e crenças aditivas é ilustrada na figura 3 (BECK e cols. 1993).<br />

Figura 3 - Sequências <strong>do</strong>s esquemas e crenças aditivas<br />

Esquema<br />

“Eu sou um falha<strong>do</strong>”<br />

Fonte: Sequências <strong>do</strong>s esquemas e crenças aditivas, In BECK e cols. (1993, p. 43) Cognitive Therapy of Substance Abuse.<br />

Logo, o cerne <strong>do</strong> problema <strong>do</strong> sujeito adito são as suas crenças aditivas derivadas<br />

<strong>do</strong>s esquemas que activa<strong>do</strong>s por acontecimentos de vida (stressores) originam emoções<br />

negativas (ansiedade, raiva, tristeza, etc.). Os acontecimentos de vida, activam crenças<br />

relacionadas com o álcool e o significa<strong>do</strong> destas crenças, liga<strong>do</strong> à situação, fazem<br />

despoletar o craving.<br />

Emoções<br />

Tristeza/ Raiva<br />

Crenças Aditivas<br />

“O álcool é um escape”<br />

“O álcool Torna-me mais sociável”<br />

Comportamento aditivo<br />

Beber<br />

JAFFE, cita<strong>do</strong> por FARATE (2001, p. 36) considera o craving como a “impulsão a<br />

repetir a utilização da droga” e valoriza-o substancialmente como factor a considerar no<br />

estabelecimento de um diagnóstico de adição, conotan<strong>do</strong>-o como reforço positivo.<br />

MARLATT e GORDON (1989), consideram a existência de uma sequência específica<br />

de crenças relacionadas com o álcool que conduzem o indivíduo à bebida, como situações<br />

estímulo (internos e externos) ou situações de alto risco que funcionam como activa<strong>do</strong>res de<br />

crenças antecipatórias de busca de prazer através da bebida. Estas, por sua vez activam<br />

crenças imperativas de ordem, “tenho de beber” aparecen<strong>do</strong> a bebida como uma<br />

necessidade a ser satisfeita estimulan<strong>do</strong> o craving e rotulan<strong>do</strong> o sujeito como incontrolável.<br />

Nesta sequência, crenças permissivas ou facilita<strong>do</strong>ras são activadas, levan<strong>do</strong> o sujeito a<br />

190

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!