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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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Consideram-se como media<strong>do</strong>res cognitivos os pensamentos, percepções e<br />

memórias que determinam a natureza das expectativas acerca <strong>do</strong>s efeitos directos (químico)<br />

ou indirectos (instrumental) a que o consumo da bebida alcoólica conduz.<br />

4.4.2 – Características Individuais<br />

Alguns estu<strong>do</strong>s referem existir algumas características de personalidade que são<br />

frequentemente observadas em indivíduos detentores de problemas relaciona<strong>do</strong>s com o<br />

álcool (COX, 1983, 1985, 1987; KUSHNER, SHER, 1993; SHER e TRULL, 1994). Com<br />

efeito, apesar de actualmente se rejeitar a noção de “personalidade alcoólica” são<br />

encontradas nestes indivíduos, tanto no perío<strong>do</strong> pré-problemas como em situação de<br />

dependência características específicas, destacan<strong>do</strong>-se entre outras o inconformismo,<br />

impulsividade, busca de sensações e de reforço, fraca tolerância à frustração, agressividade,<br />

extroversão, anti-sociabilidade, sen<strong>do</strong> que a baixa auto-estima e depressão são mais<br />

frequentes nos consumi<strong>do</strong>res excessivos (EARLEYWINE, 1993b; VAN HASSELT e cols.<br />

1993; TRULL e SHER, 1994).<br />

Para COX e KLINGER (1988, 1990), defensores <strong>do</strong> modelo motivacional, a<br />

personalidade afecta a motivação pessoal para o uso/abuso <strong>do</strong> álcool, porque é modela<strong>do</strong>ra<br />

<strong>do</strong> impacto de outras variáveis que influenciam o beber e pela influencia que tem sobre os<br />

estímulos não químicos da vida da pessoa.<br />

Com efeito a influência da personalidade sobre o uso/abuso <strong>do</strong> álcool, é aceite por<br />

vários autores e tem si<strong>do</strong> amplamente investigada e discutida, mas, como afirma NATHAN<br />

(1988), até aos dias de hoje, nem a teoria nem a investigação sobre a personalidade <strong>do</strong>s<br />

possíveis dependentes alcoólicos, tem si<strong>do</strong> suficiente para uma compreensão mais eficaz da<br />

etiologia, desenvolvimento e tratamento <strong>do</strong> problema, pois ainda não se conseguiu<br />

comprovar empírica e convincentemente a existência de relação entre estes factores e a<br />

etiologia, desenvolvimento, tratamento e resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> consumo excessivo.<br />

A própria definição de personalidade, tem afecta<strong>do</strong> a investigação nesta área, assim<br />

como a inexistência de critérios ou provas standardizadas para se poder estabelecer nexos<br />

de causa/efeito com o alcoolismo ou comportamento aditivo (NATHAN, 1988). Para tal o<br />

autor, considera assim necessário, que:<br />

o traço de personalidade ou factor deve preceder os primeiros sinais ou ser uma marca directa<br />

e dura<strong>do</strong>ura <strong>do</strong> problema e não uma simples consequência previsível;<br />

o traço de personalidade deve ser específico para o problema em causa e não um<br />

antecedente, coincidente ou consequente a outros problemas que acompanham paralelamente<br />

a dependência <strong>do</strong> álcool ou da droga;<br />

o traço de personalidade deve ser discriminativo de tal forma que permita um diagnóstico ou<br />

uma previsão confiável;<br />

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