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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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social, conflitos familiares e baixa auto-estima, poden<strong>do</strong> até o défice de aptidões aumentar a<br />

probabilidade de um percurso de bebida excessiva até à dependência, após as primeiras<br />

experiências de consumo. Nestes, a percepção e as expectativas (aumento da auto-estima,<br />

da imagem social, da redução da tensão, <strong>do</strong> apreço <strong>do</strong>s amigos) influenciam<br />

significativamente o consumo e o padrão a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>.<br />

É em situações de interacção social que as bebidas alcoólicas se encontram<br />

normalmente presentes, por vezes de forma subtil, sentin<strong>do</strong>-se a pessoa de alguma forma<br />

pressionada a beber. No contexto português, em que a recusa de uma bebida é por vezes<br />

considerada quase como ofensa, há necessidade de possuir um bom reportório de aptidões<br />

gerais e um óptimo reportório de aptidões de recusa e a capacidade de decidir quan<strong>do</strong> parar<br />

de beber.<br />

Em indivíduos alcoólicos a visão ou cheiro de álcool, favorecem o consumo ou<br />

diminuem as aptidões de recusa (BINKOFF e cols. 1984; BINKOFF, 1985). Assim a auto-<br />

regulação para o consumo em contexto social, implica uma atenção especial aos indica<strong>do</strong>res<br />

fisiológicos e às aptidões sociais e cognitivas.<br />

A capacidade de beber de forma moderada é determinada por um conjunto de<br />

factores, assumin<strong>do</strong> os mecanismos cognitivos de auto-regulação, um papel preponderante<br />

independentemente <strong>do</strong> contexto. Estes podem dividir-se em função das dimensões<br />

intrapessoais que incluem factores de ordem cognitivo-emocional e dimensões<br />

psicofisiológico-bioquímico em que a inadequação de mecanismos para lidar com esta<strong>do</strong>s<br />

relaciona<strong>do</strong>s com este tipo de factores (fadiga, aborrecimento, stress, tensão, ira) poderão<br />

proporcionar um escape no uso/abuso <strong>do</strong> álcool.<br />

O consumo de álcool, poderá conduzir a processos manipulativos <strong>do</strong> humor, poden<strong>do</strong><br />

aliviar ou aumentar esta<strong>do</strong>s emocionais negativos, bem como exacerbar esta<strong>do</strong>s emocionais<br />

positivos, situação esta, que pode ser explicada como sen<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> das expectativas<br />

individuais e <strong>do</strong>s efeitos da acção bifásica <strong>do</strong> álcool.<br />

Esta acção bifásica <strong>do</strong> álcool, refere-se ao facto de o seu consumo poder ser<br />

escolhi<strong>do</strong> tanto para diminuir esta<strong>do</strong>s negativos como para aumentar esta<strong>do</strong>s emocionais<br />

positivos, ou seja, redução e indução da activação resultantes da interacção <strong>do</strong>s factores<br />

bioquímicos com os factores psicológicos. Inicialmente após a sua absorção assume uma<br />

acção estimulante com consequente subida da alcoolémia. Entre 0,5 - 0,8 gr/litro funciona<br />

como um estimulante sentin<strong>do</strong>-se o sujeito eufórico e com uma agradável sensação de<br />

activação, mas com o aumento da taxa de alcoolémia, iniciam-se os efeitos depressores de<br />

forma mais acentua<strong>do</strong>s, que se traduzem em redução da tensão, sedação e diminuição da<br />

adversidade <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s emocionais negativos (MELLO, 1968).<br />

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