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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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A teoria da aprendizagem socio-cognitiva, poderá ser entendida como uma teoria<br />

interaccionista, pois defende que os factores pessoais, ambientais e comportamentais, são<br />

mutuamente interactivos e determinantes uns <strong>do</strong>s outros, isto é, há uma causalidade<br />

multidireccional entre factores. ABRAMS e NIAURA (1987), reforçam esta ideia ao afirmarem<br />

que um comportamento específico só pode ser estuda<strong>do</strong> e compreendi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se<br />

consideram em simultâneo os factores pessoais, ambientais e comportamentais.<br />

BANDURA (1986), indica um conjunto de aptidões cognitivas básicas que influenciam<br />

o comportamento numa determinada situação, destacan<strong>do</strong>:<br />

A simbolização: consiste numa capacidade pessoal em desenvolver modelos<br />

cognitivos internos que o irão influenciar em tomada de decisão e acções futuras.<br />

A antecipação: será a capacidade que permite ao indivíduo conseguir antecipar as<br />

consequências de determinada acção. Estes <strong>do</strong>is factores cognitivos apresenta<strong>do</strong>s<br />

(simbolização e antecipação), possuem um papel importante na capacidade de espera de<br />

gratificação e permitem compreender o comportamento de abuso de produtos aditivos<br />

(ABRAMS e WILSON, 1983). Assim, as propriedades <strong>do</strong> álcool na gratificação e redução<br />

imediata da tensão poderão ser mais valorizadas <strong>do</strong> que as consequências a longo prazo;<br />

isto é, a gratificação imediata será mais forte <strong>do</strong> que a gratificação a longo prazo,<br />

resultante <strong>do</strong> controlo <strong>do</strong> comportamento.<br />

A capacidade vicariante: permite a aprendizagem através da observação <strong>do</strong>s<br />

comportamentos de outras pessoas e das suas consequências. O modelamento é um<br />

processo que desempenha um papel importante no uso e abuso <strong>do</strong> álcool.<br />

A auto-regulação: é a capacidade que o indivíduo possui para regular o seu<br />

comportamento mediante os seus padrões internos e a auto-avaliação das suas reacções<br />

A auto-eficácia: reflecte a percepção individual sobre as aptidões requeridas, para<br />

saber lidar eficazmente com uma situação específica. Este conceito, está associa<strong>do</strong> ao de<br />

expectativas de auto-eficácia, isto é, define-se como aquilo que o sujeito pensa poder vir a<br />

fazer. Este tipo de expectativas, segun<strong>do</strong> Bandura, constituem os principais preditores da<br />

iniciação de uma acção (iniciativa), da quantidade de esforço dispendi<strong>do</strong> numa tarefa e da<br />

persistência face a obstáculos e/ou circunstâncias adversas. Estas expectativas possuem,<br />

assim, um papel importante ao nível de esforços despendi<strong>do</strong>s para lidar com situações<br />

adversas. Os comportamentos de manutenção de consumo ou abuso de álcool<br />

constituem-se preditores <strong>do</strong> sucesso <strong>do</strong> tratamento e garantes da prevenção de recaída.<br />

Os factores menciona<strong>do</strong>s, aptidões cognitivas, consideram-se importantes para<br />

explicar e compreender a forma de uma pessoa agir em determinada situação. No caso de<br />

abuso de álcool podem determinar ou não o seu auto-controlo.<br />

Para BANDURA (1969, p. 536), “os alcoólicos como pessoas que adquiriram, através<br />

de reforço diferencial e de modelamento, expectativas de consumo de álcool como resposta<br />

a uma estimulação aversiva”. O autor refere assim, que diferentes variáveis influenciam o<br />

reforço contingente associa<strong>do</strong> ao consumo de álcool, incluin<strong>do</strong> varáveis ligadas ao<br />

condicionamento clássico e operante. As normas culturais e a sua maior ou menor<br />

permissividade no consumo de álcool, poderão estar na base das diferenças <strong>do</strong> seu uso<br />

encontradas em diferentes culturas. Os agentes de modelamento <strong>do</strong> comportamento de<br />

bebida são, a família, os amigos, os padrões de bebida aceites socialmente e liga<strong>do</strong>s a<br />

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