17.04.2013 Views

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

como indivíduo com comportamento pecaminoso, acentuan<strong>do</strong> o sentimento de culpa e<br />

vergonha e responsabilizan<strong>do</strong>-o pelo seu problema e como (BRICKMAN e cols cita<strong>do</strong> por<br />

VAILLANT, (1999) acrescentam de fraqueza de carácter e de respeitabilidade. Segun<strong>do</strong><br />

MILLER e cols. (1974), este modelo enfatiza a escolha pessoal como factor de causa para<br />

ser alcoólico e os problemas liga<strong>do</strong>s ao álcool são vistos, implícita e explicitamente, como<br />

uma violação proposital de normas e leis.<br />

Para a resolução <strong>do</strong> problema o modelo não oferece alternativas, uma vez que esta<br />

característica intrínseca de “falta de vontade” que propiciou o indivíduo ao consumo, impede-<br />

o também de atingir com sucesso a resolução <strong>do</strong> problema e torna-o por isso responsável<br />

pelos processos de recaída. Com tal posicionamento, qualquer tipo de intervenção<br />

terapêutica visan<strong>do</strong> estratégias conducentes à prevenção de recaída seria então pura perda<br />

de tempo, pois só o indivíduo possui a capacidade de se ajudar a si próprio, estan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong><br />

dependente da sua “força de vontade”.<br />

Este modelo, conduzia, como facilmente se compreende a limitações de vária ordem,<br />

desde a compreensibilidade <strong>do</strong> problema à solução <strong>do</strong> mesmo. Face a estas limitações e às<br />

repercussões cada vez mais preocupantes que este desencadeava, começa a esboçar-se<br />

uma visão diferente <strong>do</strong> problema.<br />

4.2 - MODELO MÉDICO<br />

Talvez esta mudança corresponda a uma deslocação <strong>do</strong> campo mítico-religioso para<br />

o campo “científico”. Este modelo convence o alcoólico de que ele é <strong>do</strong>ente e que sofre de<br />

um problema médico. Quan<strong>do</strong> o sujeito aceita a crença de que é impossível controlar a<br />

ingestão de álcool, poderá ter a consciência de que uma simples <strong>do</strong>se pode precipitar uma<br />

recaída descontrolada (MARLAT e GORDON, 1993).<br />

É no início <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, que se começa a considerar o alcoolismo como um<br />

problema médico e também psicológico (KURTZ, 1979). Considera WILKEY (1986), que esta<br />

mudança, se iniciou anteriormente e estaria intimamente ligada ao movimento de Alcoólicos<br />

Anónimos surgi<strong>do</strong> em 1935. Outros autores, como MARLATT (1985), apontam a origem <strong>do</strong><br />

modelo médico <strong>do</strong> alcoolismo ao século XIX, tal como o demonstram os escritos <strong>do</strong> médico<br />

americano Benjamim Rush. Na década de 40, é retomada esta conceptualização por E.M.<br />

Jellinek e cols. no Centro Yale para Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Álcool (JELLINECK, 1960, cita<strong>do</strong> por<br />

MARLATT, 1985a) e em 1956, a Associação Médica Americana declara oficialmente o<br />

alcoolismo como uma <strong>do</strong>ença.<br />

155

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!