17.04.2013 Views

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

comportamentais e sócio-ambientais ao longo <strong>do</strong> ciclo de vida, podem ter reflexo nas<br />

abordagens simplistas e reducionistas <strong>do</strong> problema (ZUZKER, 1986).<br />

Actualmente, e devi<strong>do</strong> a várias investigações reconhece-se que na origem desta<br />

disfunção, não existe apenas uma causa única. Assim, uma multiplicidade de factores<br />

podem contribuir para o desenvolvimento deste distúrbio, sen<strong>do</strong> difícil diferenciar qual deles<br />

é o mais importante ou inicia<strong>do</strong>r. Factores genéticos e biológicos, socio-culturais, familiares,<br />

intrapessoais, interpessoais e situacionais, to<strong>do</strong>s poderão ter um papel activo quer<br />

directamente quer indirectamente consoante o indivíduo e o seu contexto de vida.<br />

Pela evolução da ciência em geral e da psicologia em particular, outros modelos<br />

explicativos <strong>do</strong> uso, abuso e dependência de substâncias, surgem e desencadeiam uma<br />

procura incessante de uma melhor interacção <strong>do</strong> problema e de estratégias eficazes de<br />

intervenção. Dada a impossibilidade de análise de to<strong>do</strong>s os modelos, seleccionámos alguns<br />

cujos aspectos mais relevantes passaremos a desenvolver. A selecção efectuada é baseada<br />

na importância que a esses modelos é reconhecida por grande parte <strong>do</strong>s estudiosos desta<br />

área e no facto de eles constituírem uma base da intervenção prática.<br />

4.1 - MODELO MORAL<br />

Este modelo baseia-se na moralidade cristã na qual uma pessoa com dependência<br />

de substâncias psicoativas é alguém que não tem “fibra moral” para resistir às tentações.<br />

Alcançou o seu ápice nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s no início <strong>do</strong> século XX, e, ainda hoje, muitos<br />

cristãos mais tradicionais consideram a ingestão de bebidas alcoólicas como sen<strong>do</strong> um acto<br />

pecaminoso (MARLET e GORDON, 1993). Em sociedades caracterizadas por uma<br />

mundividência religioso-cristã, a conceptualização <strong>do</strong>s distúrbios aditivos poderá estar<br />

imbuída de uma certa moralidade. O indivíduo com o problema de adição, era caracteriza<strong>do</strong><br />

como alguém com falta de “força de vontade” para regular o consumo de álcool assim como<br />

os comportamentos daí oriun<strong>do</strong>s (desinibição, agressividade, indigência, etc.). MARLATT<br />

(1985a, p. 6), refere “ser o aditivo visto como alguém a quem faltava a fibra moral para<br />

resistir à tentação” reforçan<strong>do</strong> VAILLANT, (1999, p. 28) que “os rótulos de malva<strong>do</strong>s e<br />

repressivos são os marcos <strong>do</strong> modelo moral”.<br />

Como consequência desta perspectiva, o indivíduo aditivo era geralmente e no caso<br />

concreto <strong>do</strong> álcool, considera<strong>do</strong> como uma pessoa com falta ou diminuição de carácter<br />

moral, fraco e incapaz de resistir. Esta visão moral condena o bebe<strong>do</strong>r excessivo e rotula-o<br />

154

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!