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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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intrínseca portanto insuperável da sua natureza humana, isto é, um destino irreversível que<br />

inviabiliza, á prior, movimentos ou tentativas de mudanças.<br />

Face ao exposto parece conclusivo que os factores genéticos não podem nem devem<br />

ser menospreza<strong>do</strong>s na etiologia da dependência alcoólica, poden<strong>do</strong> até ser um importante<br />

factor de vulnerabilidade.<br />

Factores biológicos: Existem várias teorias biológicas que tentam explicar a<br />

etiologia <strong>do</strong> alcoolismo, incluin<strong>do</strong> a possibilidade de os alcoólicos procurarem alívio de uma<br />

hipoglicémia congénita, a cura de perturbações ab<strong>do</strong>minais ou menstruais, de alergias ao<br />

álcool ou a congéneres conti<strong>do</strong>s nas bebidas alcoólicas, ou que os alcoólicos experimentam<br />

respostas cerebrais diferentes. Não foi contu<strong>do</strong>, comprova<strong>do</strong> se as alterações fisiológicas<br />

foram a causa inicial da ingestão maciça ou resultaram <strong>do</strong> consumo exagera<strong>do</strong> de álcool<br />

(SCHUCKIT, 1998).<br />

É sabi<strong>do</strong> que o álcool interage de forma global e complexa com o conjunto <strong>do</strong>s<br />

neuromedia<strong>do</strong>res cerebrais. De facto, o álcool não possui um campo de acção específico<br />

mas infiltra-se ao nível de todas as membranas celulares e de to<strong>do</strong>s os receptores, nos quais<br />

vai modificar a sua estrutura, a composição e a funcionalidade. Assim, o consumo de etanol<br />

é inicia<strong>do</strong> e sustenta<strong>do</strong> pela activação de sistemas de compensação cerebral que geram<br />

fenómenos de prazer, motivação e satisfação, valorizam o comportamento da alcoolização e<br />

facilitam a sua continuidade, apesar das consequências negativas que o acompanham<br />

(ADÉS e LEJOYEUX, 1997). Segun<strong>do</strong> RAMOS e BERTOLOTE (1997), foram propostos<br />

vários processos fisiológicos que mediram o fenómeno pelo qual pequenas quantidades de<br />

álcool disparariam o processo de ingestão de grandes quantidades dessa droga, o que<br />

ocorreria com maior intensidade só em alguns indivíduos.<br />

Factores psicológicos: Da<strong>do</strong> que as características psicológicas de um indivíduo<br />

são o resulta<strong>do</strong> da sua constituição genética e <strong>do</strong> meio em que ele vive, foi preocupação de<br />

diversos investiga<strong>do</strong>res determinar o seu papel no desenvolvimento de comportamentos<br />

alcoólicos (EDWARDS e cols. 1999).<br />

Consoante a valorização de um ou outro factor psicológico, a teoria desenvolvida<br />

procura esclarecer uma das vias de acesso à dependência alcoólica. Os autores cita<strong>do</strong>s<br />

consideram que podem ser identifica<strong>do</strong>s pelo menos três teorias principais: as teorias<br />

psicodinâmicas, as teorias cognitivas e comportamentais e as teorias que sugerem que<br />

certas personalidades são especialmente vulneráveis.<br />

As teorias psicodinâmicas explicam o consumo de álcool como o resulta<strong>do</strong> de<br />

experiências e relacionamentos iniciais, em geral de natureza emocional (EDWARDS e cols.<br />

1999). ADÉS e LEJOYEUX (1997) consideram ainda que as primeiras experiências de<br />

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