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mas, MORAIS (1998, p.3), refere que a educação para a saúde nas escolas acontece de forma reduzida e não generalizada, apesar dos seus efeitos positivos. Acrescenta que muitas das acções são desenvolvidas pontualmente pelos profissionais de saúde, utilizando metodologias raramente integradas nos conteúdos pedagógicos. De facto, os professores são elementos fundamentais em todo o processo pois, para além dos aspectos educativos, deparam-se diariamente com muitos problemas ligados ao alcoolismo nos jovens (faltas, desmotivação, insucessos, baixo rendimento escolar, conflitos, embriaguez, entre outros), exigindo uma grande formação específica deste grupo no âmbito da alcoologia. A utilização de metodologias activas que permitam ao jovem o desenvolvimento de habilidades sociais, para recusar uma bebida alcoólica e de capacidades para encontrar outros modelos de bebida alternativos nomeadamente "cocktail" de frutos naturais, confeccionados pelos próprios jovens, agradáveis e simultaneamente saudáveis, poderá ser uma forma de prevenção e controle mais promissora do que as formas habitualmente utilizadas. 3.3 - O CONSUMO DE ÁLCOOL PELOS ADOLESCENTES EM PORTUGAL Considerámos pertinente elaborar um capítulo, que aborde de um modo global, aspectos relativos ao consumo de álcool pelos adolescentes em Portugal. Basear-nos-emos não só em estudos que abordam esta problemática nos adolescentes portugueses, mas também em estudos que dizem respeito a várias regiões do país, uma vez que, as informações descritas serão importantes para confrontar com os dados que iremos obter com o nosso estudo. O crescimento do consumo de álcool entre os jovens é inquietante assim como os problemas que daí resultam referindo SANTOS (1999, p. 38), que “em Portugal, 80% dos jovens com menos de 15 anos já começaram a beber álcool”. Nas últimas décadas, a sociedade ocidental deparou-se com o aumento do consumo de álcool, que tem vindo a ser marcado por factores sócio-económico-sociais, sendo as décadas de 60 e 70, as que trouxeram à juventude a moda de beber, tornando assim, o alcoolismo juvenil o principal problema da juventude e das escolas portuguesas. Na actualidade fala-se muito em drogas, no entanto dá-se menos importância ao álcool, mesmo sendo este utilizado com maior abuso por adolescentes. Está provado, que o consumo de álcool é tanto mais grave quanto mais jovem for o consumidor, provocando neste, uma incapacidade de desenvolvimento físico, intelectual e emocional. Actualmente, conhecem-se melhor os efeitos maléficos do consumo do álcool, que como já abordamos, 100
podem causar grandes perturbações e danos na saúde física e mental, pela acção tóxica sobre o fígado, pâncreas, sistema nervoso, medula óssea, tubo digestivo, sistema cárdio- vascular e muscular. Torna-se por isso, imperativo que os adolescentes adiem o mais possível o consumo de bebidas alcoólicas, tendo em conta os padrões de consumo mínimo (ANTUNES, 1998). Para CUADRADO (1998), o álcool começa a consumir-se na adolescência e atinge- se a dependência alcoólica com vários anos de consumo excessivo. O autor refere que cerca de metade dos dependentes de álcool, começaram esta patologia antes dos 25 anos de idade mas a progressão dos consumos nos jovens, isto é, a sua escalada nem sempre é linear e LOPES (1990) apresenta-a da seguinte forma: 1. Iniciação (pelos 13 – 14 anos) pela cerveja e vinhos e, por vezes, álcool forte, sendo frequente fumar cigarros. 2. Fumar derivados do cânhamo índio (Marijuana, Haxixe). 3. Medicamentos transquilizantes, hipnóticos e psicoestimulantes e drogas alucinogéneas. 4. Por fim, iniciação nos estupefacientes, como o ópio e derivados (morfina e heroína). Por vezes, há politoxicomania. Outras vezes há, apenas, consumo de álcool e de uma só droga e em muitos casos, a “escalada” inverte-se e passam, por exemplo, da heroína para a associação álcool-marijuana e nicotina.” Postas estas considerações ir-se-ão apresentar alguns estudos realizados por vários autores, que refutamos de grande pertinência para este nosso trabalho. Relativamente ao consumo de bebidas alcoólicas pelos pais dos adolescentes, BREDA (2000, p. 6), deu-nos um contributo importante, ao realizar um estudo denominado" Bebidas alcoólicas e jovens escolares. Um estudo sobre consumos, conhecimentos e atitudes " em alunos do 9°10°, 11° e 12°anos, técnico profissional e universitário com idades compreendidas entre os 14 e os 21 anos, tendo concluído que em 58% dos jovens, o pai bebe diariamente e em 20% a mãe também o faz isto é o consumo de álcool por parte dos pais pode influenciar o consumo do filho. Alguns autores, desenvolveram estudos pretendendo comprovar que os jovens, consomem bebidas alcoólicas, muitas vezes com um consumo excessivo. CALVALHO e cols (1997), efectuaram um estudo sobre hábitos de consumo de bebidas alcoólicas nos estudantes da universidade da Beira Interior, tendo como objectivos, avaliar a existência de verdadeiros e falsos conceitos sobre o álcool nestes estudantes conhecer a influência dos hábitos de ingestão de bebidas alcoólicas dos familiares no consumo dos estudantes, conhecer as atitudes e comportamentos dos estudantes em relação ao consumo de álcool e saber os hábitos de beber por sexo. Tratou-se de um estudo descritivo, transversal, sendo a população constituída por 3844 estudantes e a amostra por 581 estudantes. Os autores concluíram que para muitos dos estudantes "festas sem álcool são chatas”, "beber bebidas alcoólicas é uma forma de aquecer", "um desportista pode beber bebidas alcoólicas", 101
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mas, MORAIS (1998, p.3), refere que a educação para a saúde nas escolas acontece de<br />
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muitas das acções são desenvolvidas pontualmente pelos profissionais de saúde, utilizan<strong>do</strong><br />
meto<strong>do</strong>logias raramente integradas nos conteú<strong>do</strong>s pedagógicos. De facto, os professores<br />
são elementos fundamentais em to<strong>do</strong> o processo pois, para além <strong>do</strong>s aspectos educativos,<br />
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desmotivação, insucessos, baixo rendimento escolar, conflitos, embriaguez, entre outros),<br />
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A utilização de meto<strong>do</strong>logias activas que permitam ao jovem o desenvolvimento de<br />
habilidades sociais, para recusar uma bebida alcoólica e de capacidades para encontrar<br />
outros modelos de bebida alternativos nomeadamente "cocktail" de frutos naturais,<br />
confecciona<strong>do</strong>s pelos próprios jovens, agradáveis e simultaneamente saudáveis, poderá ser<br />
uma forma de prevenção e controle mais promissora <strong>do</strong> que as formas habitualmente<br />
utilizadas.<br />
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Considerámos pertinente elaborar um capítulo, que aborde de um mo<strong>do</strong> global,<br />
aspectos relativos ao consumo de álcool pelos a<strong>do</strong>lescentes em Portugal. Basear-nos-emos<br />
não só em estu<strong>do</strong>s que abordam esta problemática nos a<strong>do</strong>lescentes portugueses, mas<br />
também em estu<strong>do</strong>s que dizem respeito a várias regiões <strong>do</strong> país, uma vez que, as<br />
informações descritas serão importantes para confrontar com os da<strong>do</strong>s que iremos obter<br />
com o nosso estu<strong>do</strong>.<br />
O crescimento <strong>do</strong> consumo de álcool entre os jovens é inquietante assim como os<br />
problemas que daí resultam referin<strong>do</strong> SANTOS (1999, p. 38), que “em Portugal, 80% <strong>do</strong>s<br />
jovens com menos de 15 anos já começaram a beber álcool”. Nas últimas décadas, a<br />
sociedade ocidental deparou-se com o aumento <strong>do</strong> consumo de álcool, que tem vin<strong>do</strong> a ser<br />
marca<strong>do</strong> por factores sócio-económico-sociais, sen<strong>do</strong> as décadas de 60 e 70, as que<br />
trouxeram à juventude a moda de beber, tornan<strong>do</strong> assim, o alcoolismo juvenil o principal<br />
problema da juventude e das escolas portuguesas.<br />
Na actualidade fala-se muito em drogas, no entanto dá-se menos importância ao<br />
álcool, mesmo sen<strong>do</strong> este utiliza<strong>do</strong> com maior abuso por a<strong>do</strong>lescentes. Está prova<strong>do</strong>, que o<br />
consumo de álcool é tanto mais grave quanto mais jovem for o consumi<strong>do</strong>r, provocan<strong>do</strong><br />
neste, uma incapacidade de desenvolvimento físico, intelectual e emocional. Actualmente,<br />
conhecem-se melhor os efeitos maléficos <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> álcool, que como já abordamos,<br />
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