Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita
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95 – BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO<br />
naquela época de organização da pátria, apareceram homens e artistas<br />
extraordinários, como Rio Branco e Mauá, Castro Alves e Pedro Américo, que<br />
vinham com elevada missão ideológica, nos quadros da evolução política e<br />
social da Pátria do Cruzeiro.<br />
O homem, porém, terá de constituir o patrimônio do seu progresso e<br />
iluminar o caminho da sua redenção à custa dos próprios esforços e sacrifícios,<br />
na senda pedregosa da experiência individual. Ora, em meio dessas lutas, o<br />
poder moderador da Coroa não conseguiu eliminar certo fundo de vaidade, que<br />
se foi estratificando na alma nacional, fazendo-lhe sentir a sua supremacia<br />
sobre as demais nações americanas do Sul. Dentro dessas ideias perigosas da<br />
vaidade coletiva, sentia-se o Brasil, erradamente, com o direito de interferir nos<br />
negócios dos Estados vizinhos, em benefício dos nossos interesses. É verdade<br />
que os países de colonização espanhola sempre tratavam o Brasil com mal<br />
disfarçada hostilidade, desejando reviver no Novo Mundo os antagonismos<br />
raciais da velha península; não competia, porém, à política brasileira exorbitar<br />
das suas funções, no intuito de assumir a direção da casa dos seus vizinhos.<br />
De 1849 a 1852, o Brasil interferiu nas questões da Argentina e do<br />
Uruguai, contra a influência de Rosas e Oribe. O caudilho Ortiz de Rosas trazia a<br />
civilização platina sob um regime de crueldade e tirania; diversas vezes<br />
provocara o Brasil com o seu ânimo despótico, que chegou a fazer no Prata mais<br />
de vinte mil vítimas e, irrefletidamente, o Império prestigiou a Urquiza, outro<br />
caudilho, que governava Entre-Rios, a fim de eliminar o tirano. Pela influência<br />
dos seus militares mais dignos, as tropas brasileiras depuseram Oribe e no<br />
combate de Monte Caseros destruíram para sempre a influência do déspota,<br />
que humilhava Buenos Aires. Enquanto as bandeiras do Brasil regressam<br />
triunfantes com o Conde de Porto Alegre e o povo festeja a vitória das suas<br />
armas, os países da América do Sul olham desconfiadamente para a supremacia<br />
arrogante da política brasileira, no propósito de se colocarem a salvo das suas<br />
indébitas intervenções.<br />
Após uma das festas que comemoravam os acontecimentos, D. Pedro II<br />
se retira silenciosamente para o recanto do seu oratório particular. Com o<br />
espírito em prece, contempla o Crucificado, cuja imagem parece fitá-lo cheia de<br />
piedade e doçura. Nas asas brandas do sono, o grande imperador é então<br />
conduzido a uma esfera de beleza esplêndida e inenarrável. Parece-lhe<br />
conhecer as disposições particulares daquele sítio de doces encantamentos. Aos<br />
seus olhos atônitos surge, então, o Divino Mestre, que lhe fala como nos<br />
maravilhosos dias da ressurreição, após os martírios indizíveis do Calvário,<br />
assinalando as suas palavras com sublime brandura:<br />
— Pedro, guarda a tua espada na bainha, pois quem com ferro fere com