Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita
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74 – (Humberto de Campos) Francisco Cândido Xavier A INDEPENDÊNCIA O movimento da emancipação percorria todos os departamentos de atividades políticas da pátria; mas, por disposição natural, era no Rio de Janeiro, cérebro do país, que fervilhavam as ideias libertárias, incendiando todos os espíritos. Os mensageiros invisíveis desdobravam sua ação junto de todos os elementos, preparando a fase final do trabalho da independência, através dos processos pacíficos. Os patriotas enxergavam no Príncipe D. Pedro a figura máxima, que deveria encarnar o papel de libertador do reino do Brasil. O príncipe, porém, considerando as tradições e laços de família, hesitava ainda em optar pela decisão suprema de se separar, em caráter definitivo, da direção da metrópole. Conhecendo as ordens rigorosas das Cortes de Lisboa, que determinavam o imediato regresso de D. Pedro a Portugal, reúnem-se os cariocas para tomarem as providências de possível execução e uma representação com mais de oito mil assinaturas é levada ao príncipe regente, pelo Senado da Câmara, acompanhado de numerosa multidão, a 9 de janeiro de 1822. D. Pedro, diante da massa de povo, sente a assistência espiritual dos companheiros de Ismael, que o incitam a completar a obra da emancipação política da Pátria do Evangelho, recordando-lhe, simultaneamente, as palavras do pai no instante das despedidas. Aquele povo já possuía a consciência da sua maioridade e nunca mais suportaria o retrocesso à vida colonial, integrado que se achava no patrimônio das suas conquistas e das suas liberdades. Em face da realidade positiva, após alguns minutos de angustiosa expectativa, o povo carioca recebia, por intermédio de José Clemente Pereira, a promessa formal do príncipe de que ficaria no Brasil, contra todas as determinações das Cortes de Lisboa, para o bem da coletividade e para a felicidade geral da nação. Estava, assim, proclamada a independência do Brasil, com a sua audaciosa desobediência às determinações da metrópole portuguesa. Todo o Rio de Janeiro se enche de esperança e de alegria. Mas, as tropas fiéis a Lisboa resolvem normalizar a situação, ameaçando abrir luta com os brasileiros, a fim de se fazer cumprirem as ordens da Coroa. Jorge de Avilez, comandante da divisão, faz constar, imediatamente, os seus propósitos, e, a 11
75 – BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO de janeiro, as tropas portuguesas ocupam o Morro do Castelo, que ficava a cavaleiro da cidade. Ameaçado de bombardeio, o povo carioca reúne as multidões de milicianos, incorpora-os às tropas brasileiras e se posta contra o inimigo no Campo de Santana. O perigo iminente faz tremer o coração fraterno da cidade. Não fosse o auxílio do Alto, todos os propósitos de paz se teriam malogrado numa pavorosa maré de ruína e de sangue. Ismael açode ao apelo das mães desveladas e sofredoras e, com o seu coração angélico e santificado, penetra as fortificações de Avilez e lhe faz sentir o caráter odioso das suas ameaças à população. A verdade é que, sem um tiro, o chefe português obedeceu, com humildade, à intimação do Príncipe D. Pedro, capitulando a 13 de janeiro e retirando-se com as suas tropas para a outra margem da Guanabara, até que pudesse regressar com elas, para Lisboa. Os patriotas, daí por diante, já não pensam noutra coisa que não seja a organização política do Brasil. Todas as câmaras e núcleos culturais do país se dirigem a D. Pedro em termos encomiásticos, louvando-lhe a generosidade e exaltando-lhe os méritos. Os homens eminentes da época, a cuja frente somos forçados a colocar a figura de José Bonifácio, como a expressão culminante dos Andradas, auxiliam o príncipe regente, sugerindo-lhe medidas e providências necessárias. Chegando ao Rio por ocasião do grande triunfo do povo, após a memorável resolução do “Fico”, José Bonifácio foi feito ministro do reino do Brasil e dos Negócios Estrangeiros. O patriarca da independência adota as medidas políticas que a situação exigia, inspirando, com êxito, o príncipe regente nos seus delicados encargos de governo. Gonçalves Ledo, Frei Sampaio e José Gemente Pereira, paladinos da imprensa da época, foram igualmente grandes propulsores do movimento da opinião, concentrando as energias nacionais para a suprema afirmação da liberdade da pátria. Todavia, se a ação desses abnegados condutores do povo se fazia sentir desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, o predomínio dos portugueses, desde a Bahia até o Amazonas, representava sério obstáculo ao incremento e consolidação do ideal emancipacionista. O governo resolve contratar os serviços das tropas mercenárias de Lorde Cochrane, o cavaleiro andante da liberdade da América Latina. Muitas lutas se travam nas costas baianas e verdadeiros sacrifícios se impõem os mensageiros de Ismael, que se multiplicam em todos os setores com o objetivo de conciliar seus irmãos encarnados, dentro da harmonia e da paz, sempre com a finalidade de preservar a unidade territorial do Brasil, para que se não fragmentasse o coração geográfico do mundo.
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O movimento da emancipação percorria todos os departamentos de<br />
atividades políticas da pátria; mas, por disposição natural, era no Rio de<br />
Janeiro, cérebro do país, que fervilhavam as ideias libertárias, incendiando<br />
todos os espíritos. Os mensageiros invisíveis desdobravam sua ação junto de<br />
todos os elementos, preparando a fase final do trabalho da independência,<br />
através dos processos pacíficos.<br />
Os patriotas enxergavam no Príncipe D. Pedro a figura máxima, que<br />
deveria encarnar o papel de libertador do reino do Brasil. O príncipe, porém,<br />
considerando as tradições e laços de família, hesitava ainda em optar pela<br />
decisão suprema de se separar, em caráter definitivo, da direção da metrópole.<br />
Conhecendo as ordens rigorosas das Cortes de Lisboa, que<br />
determinavam o imediato regresso de D. Pedro a Portugal, reúnem-se os<br />
cariocas para tomarem as providências de possível execução e uma<br />
representação com mais de oito mil assinaturas é levada ao príncipe regente,<br />
<strong>pelo</strong> Senado da Câmara, acompanhado de numerosa multidão, a 9 de janeiro de<br />
1822. D. Pedro, diante da massa de povo, sente a assistência espiritual dos<br />
companheiros de Ismael, que o incitam a completar a obra da emancipação<br />
política da Pátria do Evangelho, recordando-lhe, simultaneamente, as palavras<br />
do pai no instante das despedidas. Aquele povo já possuía a consciência da sua<br />
maioridade e nunca mais suportaria o retrocesso à vida colonial, integrado que<br />
se achava no patrimônio das suas conquistas e das suas liberdades. Em face da<br />
realidade positiva, após alguns minutos de angustiosa expectativa, o povo<br />
carioca recebia, por intermédio de José Clemente Pereira, a promessa formal do<br />
príncipe de que ficaria no Brasil, contra todas as determinações das Cortes de<br />
Lisboa, para o bem da coletividade e para a felicidade geral da nação.<br />
Estava, assim, proclamada a independência do Brasil, com a sua<br />
audaciosa desobediência às determinações da metrópole portuguesa.<br />
Todo o Rio de Janeiro se enche de esperança e de alegria. Mas, as tropas<br />
fiéis a Lisboa resolvem normalizar a situação, ameaçando abrir luta com os<br />
brasileiros, a fim de se fazer cumprirem as ordens da Coroa. Jorge de Avilez,<br />
comandante da divisão, faz constar, imediatamente, os seus propósitos, e, a 11