Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita
Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita
64 – (Humberto de Campos) Francisco Cândido Xavier D. JOÃO VI NO BRASIL Enquanto as falanges espirituais de Henrique de Sagres se reuniam em Portugal, revigorando as forças lusitanas para a escola de energia, que foi a guerra peninsular, o exército de Ismael voltava-se para o Brasil, a fim de inspirar o primeiro soberano do Velho Mundo que pisava as terras americanas. A esses esclarecidos agrupamentos do mundo invisível, aliava-se agora a personalidade do Tiradentes, que se transformara em gênio inspirador de todos os brasileiros. Ismael reúne os seus colaboradores e fala assim aos devotados mensageiros: — Amigos, um novo período surgirá agora para as nossas atividades na terra do Evangelho. Ao sopro das inspirações divinas, reformar-se-á toda a vida política da pátria onde edificaremos, mais tarde, a obra de Jesus. Procuremos inspirar a quantos se conservam à frente dos interesses do povo, iluminandolhes o caminho com as ideias generosas e fraternas da liberdade. Sobre os nossos esforços há de pairar a direção do Senhor, que se desvela amorosamente pelo cultivo da árvore sagrada dos ensinamentos, transplantada da Palestina para o coração do Brasil. Aquela caravana de abnegados espalha-se então, por todos os recantos da pátria, distribuindo com os seus esforços fraternais as sementes de uma vida nova. A 22 de janeiro de 1808, aporta na Bahia a maior parte das embarcações que constituíam a frota real. O povo baiano recebe o príncipe-regente e sua comitiva com as mais carinhosas demonstrações de amizade. Clarins e bandeiras anunciam, sob um sol quente e amigo, a presença da família real nas terras do Cruzeiro. A cidade do Salvador julga-se de novo nos seus grandes dias, contando com a honra de ser outra vez a capital da colônia; mas, os navios descem ao longo da costa para o Rio de Janeiro. Logo, porém, ao seu primeiro contato com o Brasil, sob o influxo das falanges do Infinito, o príncipe generoso sente-se tocado da mais alta simpatia para com a Pátria do Evangelho. Ainda na Bahia, graças às suas relações com o Conde de Aguiar, ministro de D. João VI, José da Silva Lisboa, mais tarde Visconde de Cairu, consegue do soberano a abertura de todos os portos da colônia ao comércio
65 – BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO universal. E note-se que semelhante providência, a base primordial da autonomia brasileira, teve seus antecedentes, indiscutivelmente, na atuação das forças espirituais que presidiam aos movimentos iniciais da emancipação, porque, na convenção secreta de Londres, em 22 de outubro de 1807, um dos pontos essenciais que deveriam ser observados, em troca da proteção de Jorge III à Casa de Bragança, no sentido de sua fuga para a colônia distante, era o da abertura dos portos do Brasil à livre concorrência da Inglaterra, reservando-se tal direito somente aos interesses britânicos. O soberano e seus ministros conheciam essas estipulações, através de Lorde Strangford; mas, com o auxílio das influências salutares do plano invisível, reconsideraram a tempo o absurdo de semelhantes exigências e cuidaram de realizar as primeiras aspirações dos patriotas brasileiros. A maravilha dos céus americanos deslumbra os olhos de D. João, que se entusiasma com a beleza natural da paisagem magnífica. Acompanhado de numeroso séquito de fidalgos, onde se destacavam o Visconde de Anadia, elegante da época, inimigo implacável de todas as feições indígenas da colônia, o Marquês de Belas, o Marquês de Angeja, o Duque de Cadaval e toda uma comitiva enorme de vassalos e nobres, de guardas e criados, o soberano aportou ao Rio de Janeiro, num ambiente de geral alegria. Nos seus novos paços, sentia-se o rei confortado e satisfeito com a magnificência do panorama e com a fartura da terra. Apenas D. Carlota Joaquina, com a sua educação deficiente, a sua megalomania e apego aos prazeres requintados da época, não se conformava com a situação, protestando contra todos os elementos, demonstrando aridez de espírito e lamentável agressividade. As caravanas do infinito não descansaram junto das autoridades supremas da política administrativa. Todas as possibilidades foram aproveitadas pela sua operosidade infatigável. A 1.° de abril de 1808, levantavase a proibição que incidia sobre as indústrias nacionais, que foram declaradas livres, o que facilitou a colaboração dos estrangeiros estabelecidos nas costas marítimas da Pátria do Cruzeiro, surgindo um novo período de trabalho, construtivo do país, prestes a celebrar suas núpcias com a liberdade. O Rio de Janeiro, sob a direção do bondoso príncipe que, debaixo das influências poderosas do Alto, adotara um regime muito mais liberal do que as formas de governo existentes em Lisboa, enche-se de obras notáveis. Grandes instituições se fundam na cidade da mais maravilhosa baía do mundo. Surgem a Escola de Medicina, o Real Teatro São João, o Banco do Brasil; organizam-se os primórdios da Escola de Belas-Artes, cria-se a Academia de Marinha, o Conselho Militar, a Biblioteca Real; desenha-se o Jardim Botânico, como novo
- Page 13 and 14: 13 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 15 and 16: 15 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 17 and 18: 17 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 19 and 20: 19 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 21 and 22: 21 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 23 and 24: 23 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 25 and 26: 25 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 27 and 28: 27 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 29 and 30: 29 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 31 and 32: 31 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 33 and 34: 33 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 35 and 36: 35 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 37 and 38: 37 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 39 and 40: 39 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 41 and 42: 41 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 43 and 44: 43 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 45 and 46: 45 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 47 and 48: 47 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 49 and 50: 49 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 51 and 52: 51 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 53 and 54: 53 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 55 and 56: 55 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 57 and 58: 57 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 59 and 60: 59 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 61 and 62: 61 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 63: 63 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 67 and 68: 67 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 69 and 70: 69 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 71 and 72: 71 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 73 and 74: 73 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 75 and 76: 75 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 77 and 78: 77 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 79 and 80: 79 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 81 and 82: 81 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 83 and 84: 83 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 85 and 86: 85 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 87 and 88: 87 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 89 and 90: 89 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 91 and 92: 91 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 93 and 94: 93 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 95 and 96: 95 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 97 and 98: 97 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 99 and 100: 99 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 101 and 102: 101 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 103 and 104: 103 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 105 and 106: 105 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 107 and 108: 107 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 109 and 110: 109 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 111 and 112: 111 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
- Page 113 and 114: 113 - BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, P
64 – (Humberto de Campos) Francisco Cândido Xavier<br />
D. JOÃO VI NO BRASIL<br />
Enquanto as falanges espirituais de Henrique de Sagres se reuniam em<br />
Portugal, revigorando as forças lusitanas para a escola de energia, que foi a<br />
guerra peninsular, o exército de Ismael voltava-se para o Brasil, a fim de<br />
inspirar o primeiro soberano do Velho Mundo que pisava as terras americanas.<br />
A esses esclarecidos agrupamentos do mundo invisível, aliava-se agora<br />
a personalidade do Tiradentes, que se transformara em gênio inspirador de<br />
todos os brasileiros. Ismael reúne os seus colaboradores e fala assim aos<br />
devotados mensageiros:<br />
— Amigos, um novo período surgirá agora para as nossas atividades na<br />
terra do Evangelho. Ao sopro das inspirações divinas, reformar-se-á toda a vida<br />
política da pátria onde edificaremos, mais tarde, a obra de Jesus. Procuremos<br />
inspirar a quantos se conservam à frente dos interesses do povo, iluminandolhes<br />
o caminho com as ideias generosas e fraternas da liberdade. Sobre os<br />
nossos esforços há de pairar a direção do Senhor, que se desvela amorosamente<br />
<strong>pelo</strong> cultivo da árvore sagrada dos ensinamentos, transplantada da Palestina<br />
para o coração do Brasil.<br />
Aquela caravana de abnegados espalha-se então, por todos os recantos<br />
da pátria, distribuindo com os seus esforços fraternais as sementes de uma vida<br />
nova. A 22 de janeiro de 1808, aporta na Bahia a maior parte das embarcações<br />
que constituíam a frota real. O povo baiano recebe o príncipe-regente e sua<br />
comitiva com as mais carinhosas demonstrações de amizade. Clarins e<br />
bandeiras anunciam, sob um sol quente e amigo, a presença da família real nas<br />
terras do Cruzeiro. A cidade do Salvador julga-se de novo nos seus grandes dias,<br />
contando com a honra de ser outra vez a capital da colônia; mas, os navios<br />
descem ao longo da costa para o Rio de Janeiro.<br />
Logo, porém, ao seu primeiro contato com o Brasil, sob o influxo das<br />
falanges do Infinito, o príncipe generoso sente-se tocado da mais alta simpatia<br />
para com a Pátria do Evangelho.<br />
Ainda na Bahia, graças às suas relações com o Conde de Aguiar,<br />
ministro de D. João VI, José da Silva Lisboa, mais tarde Visconde de Cairu,<br />
consegue do soberano a abertura de todos os portos da colônia ao comércio