17.04.2013 Views

Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita

Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita

Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

48 – (Humberto de Campos) Francisco Cândido Xavier<br />

se a posse do ouro, que abrasava a imaginação do país inteiro. A felonia e a<br />

traição constituem o código dessas criaturas insuladas nas matas<br />

desconhecidas e inóspitas.<br />

Pela mesma época, a França, que sempre custou a resignar-se com a<br />

influência portuguesa no Brasil, envia Du Clerc para investir o porto do Rio de<br />

Janeiro com mil homens de combate. A metrópole portuguesa não podia<br />

proteger, de pronto, a cidade, e o Governador Francisco de Castro Morais,<br />

deixando-se dominar pela timidez, permitiu o desembarque das forças<br />

francesas, que, todavia, foram rechaçadas pela população carioca. Estudantes e<br />

populares lutaram contra o invasor.<br />

Algumas dezenas de franceses foram barbaramente trucidados.<br />

Fizeram-se ali mais de quinhentos prisioneiros e o Capitão Du Clerc acabou<br />

assassinado em trágicas circunstâncias. O governo do Rio não providenciou<br />

quanto ao processo dos criminosos, a fim de punir os culpados e definir as<br />

responsabilidades pessoais, provocando com isso a reação dos franceses, que<br />

voltaram a assediar a maior cidade brasileira.<br />

DuguayTrouin vem à Baía de Guanabara acompanhado de cerca de<br />

cinco mil combatentes. O governador foge com quase todos os elementos da<br />

população, deixando o Rio à mercê do corsário que se ilustrara sob a proteção<br />

de Luís XIV. Depois do saque, que absorve muitos milhões de cruzados da<br />

fortuna particular, paga ainda a cidade fabuloso resgate.<br />

Enquanto se desenrolavam os últimos acontecimentos, governava em<br />

Portugal D. João V, o Magnânimo, em cujo reinado ia o Brasil espalhar pela<br />

Europa os seus fabulosos tesouros. Nunca houve, ali, um soberano que<br />

mostrasse tamanho descaso pelas possibilidades econômicas do povo. O ouro e<br />

os diamantes do Brasil iam acender no seu trono as estrelas efêmeras do seu<br />

fastígio e da sua glória. A fortuna amontoada pela ambição e pela cobiça ia ser<br />

espalhada pelas mãos insensatas do rei, imprevidente e incapaz da autoridade<br />

de um trono. Dentro do luxo assombroso da sua corte, o Convento de Mafra se<br />

ergue ao preço de cento e vinte milhões de cruzados. Mais de duzentos milhões<br />

seguiriam para as arcas do Vaticano, dados <strong>pelo</strong> monarca egoísta, que desejava<br />

forçar as portas do céu com o ouro iníquo da terra. Em vez de auxiliar a<br />

evolução da indústria e da agricultura de sua terra, D. João V levanta igrejas e<br />

mosteiros, com extrema prodigalidade, e, enquanto todas as cortes da Europa<br />

felicitavam o rei perdulário <strong>pelo</strong> descobrimento dos diamantes na sua<br />

afortunada colônia e se celebram Te-Dewns em Lisboa, em homenagem ao<br />

auspicioso acontecimento, <strong>pelo</strong> Brasil todo se alastravam movimentos<br />

nativistas, exaltando os sentimentos generosos da liberdade e preparando,<br />

assim, sob a inspiração de Ismael e de suas falanges devotadas, o futuro<br />

glorioso dos seus filhos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!