Ditado pelo Espírito: HUMBERTO DE CAMPOS ... - Portal Luz Espírita
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38 – (Humberto de Campos) Francisco Cândido Xavier que as cenas dolorosas e lastimáveis, decorrentes da invasão, não foram organizadas pelas abnegadas falanges do mundo invisível. As causas profundas desses fatos residiam no estado evolutivo da época. Os morticínios nas praças incendiadas e destruídas se verificavam, todos os dias, entre inevitáveis atritos das raças chamadas a povoar aqueles recantos desconhecidos. Em 1637, entrava em Pernambuco o general holandês João Maurício, Príncipe de Nassau. Inumeráveis benefícios e imensos frutos produziu a sua administração no Norte do Brasil, que foi sempre a zona mais sacrificada do país. O Recife se ostenta diante da Europa, como uma das mais belas cidades da América do Sul. Olinda é reedificada. Uma assembleia de mecânicos, de pintores, de arquitetos e artistas acompanha o Príncipe de Nassau, enchendo a sua cidade de singulares esplendores. Mas, o espírito construtivo do administrador holandês não se cristaliza nas expressões materiais da sua cidade predileta. O amor e o respeito que vota à liberdade fazem-no venerado de todos os brasileiros e portugueses de Pernambuco, cujas terras, naquela época, desciam até a região do Paracatu, em Minas Gerais. Todos os escravos que procuram abrigo à sombra da sua bandeira de tolerância ele os declara livres para sempre, e os índios encontram, no seu coração, o apoio de um nobre e leal amigo. Maurício de Nassau estabelece a liberdade religiosa e administra Pernambuco, inaugurando aí a primeira liberal-democracia nas terras americanas, tais a justiça e a liberdade com que se houve em seu governo. Os Albuquerques e outros elementos em evidência no Norte muito aprenderam com ele para as suas atividades do porvir. A realidade, todavia, é que a lição de Nassau fora preparada no plano invisível, para que os colonizadores da terra brasileira recebessem um novo clarão no seu caminho rotineiro e obscuro. Em socorro da nossa afirmativa, podemos invocar o testemunho da própria história, porque, terminado o tempo necessário à sua administração no Brasil, o grande príncipe holandês regressava à pátria, por imposição dos Espíritos avarentos, que militavam, nessa época da Companhia das índias, na política holandesa, sem que encontrassem substituto para a sua obra na América. Apesar de suas frotas extraordinárias e poderosas, a Holanda retirouse do Brasil sem a intervenção de Portugal, bastando, para isso, o concurso dos habitantes da colônia. Quando a questão ficou definitivamente resolvida na Corte de Haia, em 1661, os holandeses, embora a sua soberania marítima perdurasse até então, em troca dos seus imensos trabalhos no Norte do Brasil e dos milhões de florins aí abandonados, apenas receberam, a título de indenização, a importância de cinco milhões de cruzados.
39 – BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO A RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL No primeiro quartel do século XVII, a situação de Portugal era de profunda decadência. Sob o reinado de Filipe III, de Espanha, príncipe apático e doente, que entregara a direção de todos os negócios ao Duque de Lerma, os esplendores das conquistas portuguesas haviam desaparecido. Aquele povo minúsculo e heroico, cuja coragem acendera nova luz em todos os departamentos de trabalho do Ocidente, encontrava-se agora reduzido à quase penúria. Foi por esse tempo que Henrique de Sagres, o antigo Helil, mensageiro de Jesus, que levantara as energias portuguesas com a sua escola de navegação, procurou o Senhor, tocado de compaixão e de angústia, a implorar a bênção da sua misericórdia para a nação de que se tornara o gênio renovador. — Mestre — diz ele compungidamente —, venho pedir o vosso auxílio paternal para a terra portuguesa, cujas experiências amargas tocam, agora, ao auge das penosas provações coletivas. Humilhada e vencida, ela implora a vossa divina providência, através de minhas palavras, no sentido de lhe ser possível aproveitar as forças derradeiras, para uma reorganização política e econômica que a possa esquivar de tão angustiosa situação. — Helil — replicou-lhe Jesus —, sabes que a minha piedade não se reveste de excessivas exigências. Enviei-te a Portugal com o fim de lhe reerguer as energias, compensando os seus grandes esforços de povo humilde e laborioso. Infelizmente, apesar de suas grandes qualidades de coração, os portugueses não souberam corresponder à nossa expectativa, provocando, eles próprios, a situação em que se encontram, pela fraqueza com que se entregaram à sinistra embriaguez da fortuna e da posse. Depois de teres ajudado Vasco da Gama a franquear o caminho marítimo das índias, as forças lusas, após receberem os favores da cidade de Calicut, ali regressam, algum tempo mais tarde, para bombardeá-la, inundando-a num mar de crueldade e sangue. No Brasil, onde lançamos os fundamentos da Pátria do Evangelho, introduziram o tráfico de homens livres, forçando as falanges de Ismael a despender todos os esforços possíveis para que as ordens divinas não se subvertessem pelas iniquidades humanas. Em Lisboa, permitiram a entrada do
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A RESTAURAÇÃO <strong>DE</strong> PORTUGAL<br />
No primeiro quartel do século XVII, a situação de Portugal era de<br />
profunda decadência. Sob o reinado de Filipe III, de Espanha, príncipe apático e<br />
doente, que entregara a direção de todos os negócios ao Duque de Lerma, os<br />
esplendores das conquistas portuguesas haviam desaparecido. Aquele povo<br />
minúsculo e heroico, cuja coragem acendera nova luz em todos os<br />
departamentos de trabalho do Ocidente, encontrava-se agora reduzido à quase<br />
penúria.<br />
Foi por esse tempo que Henrique de Sagres, o antigo Helil, mensageiro<br />
de Jesus, que levantara as energias portuguesas com a sua escola de navegação,<br />
procurou o Senhor, tocado de compaixão e de angústia, a implorar a bênção da<br />
sua misericórdia para a nação de que se tornara o gênio renovador.<br />
— Mestre — diz ele compungidamente —, venho pedir o vosso auxílio<br />
paternal para a terra portuguesa, cujas experiências amargas tocam, agora, ao<br />
auge das penosas provações coletivas. Humilhada e vencida, ela implora a vossa<br />
divina providência, através de minhas palavras, no sentido de lhe ser possível<br />
aproveitar as forças derradeiras, para uma reorganização política e econômica<br />
que a possa esquivar de tão angustiosa situação.<br />
— Helil — replicou-lhe Jesus —, sabes que a minha piedade não se<br />
reveste de excessivas exigências. Enviei-te a Portugal com o fim de lhe reerguer<br />
as energias, compensando os seus grandes esforços de povo humilde e<br />
laborioso. Infelizmente, apesar de suas grandes qualidades de coração, os<br />
portugueses não souberam corresponder à nossa expectativa, provocando, eles<br />
próprios, a situação em que se encontram, pela fraqueza com que se<br />
entregaram à sinistra embriaguez da fortuna e da posse. Depois de teres<br />
ajudado Vasco da Gama a franquear o caminho marítimo das índias, as forças<br />
lusas, após receberem os favores da cidade de Calicut, ali regressam, algum<br />
tempo mais tarde, para bombardeá-la, inundando-a num mar de crueldade e<br />
sangue. No Brasil, onde lançamos os fundamentos da Pátria do Evangelho,<br />
introduziram o tráfico de homens livres, forçando as falanges de Ismael a<br />
despender todos os esforços possíveis para que as ordens divinas não se<br />
subvertessem pelas iniquidades humanas. Em Lisboa, permitiram a entrada do