Untitled - FALE - UFMG
Untitled - FALE - UFMG
Untitled - FALE - UFMG
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Referências:<br />
CAMPOS, João da Silva. Contos e fábulas populares da Bahia. In: MAGALHÃES, Basílio de. O folclore<br />
no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Quaresma, 1928.<br />
CANNECATIM, Bernardo Maria de. Dicionário da Língua Bunda ou Angolense. Lisboa: Imprensa<br />
Régia, 1804.<br />
CAPELLO; IVENS, Hermenegildo; Roberto. De Banguela às terras de Iaca. Lisboa: Publicações<br />
Europa- América, 1881.<br />
MAGALHÃES. O folclore no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1960.<br />
RODRIGUES, Nina. Os africanos no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932<br />
72 Escritos sobre quibungos<br />
A terrível parábola: as versões<br />
de um poema de João Guimarães Rosa<br />
Num texto publicado na Revista Caligrama, cujo título é “Magma,<br />
as origens de Guimarães Rosa”, 1 pude identificar, no livro de poemas de<br />
Rosa, premiado em 1936, mas de publicação póstuma, certos fragmentos<br />
que seriam usados posteriormente pelo escritor, ao longo de sua obra. As<br />
coincidências são muitas. Talvez isso explique o esquecimento de Magma,<br />
por Guimarães Rosa, e sua edição somente após a morte do autor, em<br />
1997. De fato, é incompreensível que ele não se empenhasse em publicálo,<br />
apesar de seu prestígio e da facilidade que teria para fazê-lo.<br />
O objeto de estudo, extraído de Magma, é o poema “A terrível parábola”,<br />
relato da estória de uma menina, Zabelinha, de sua cachorrinha e<br />
de um bicho denominado Kibungo-Gerê. Este poema apresenta um aspecto<br />
bastante importante na obra de Guimarães Rosa, que é a coocorrência da<br />
tradição oral e da tradição escrita. Guimarães Rosa, dentro da Literatura<br />
Brasileira, insere-se num processo dinâmico que vai do oral ao escrito e,<br />
novamente, ao oral, comum a vários escritores. Existe, em nossa configuração<br />
cultural, uma parcela da população que é essencialmente letrada, sem<br />
nenhum contato com a cultura oral popular, urbana ou rural. Do mesmo<br />
modo, há outra camada que é tão somente oral, apartada da cultura letrada<br />
que se cultiva e se desenvolve nas escolas. Guimarães Rosa se coloca<br />
num terceiro ponto, que representa o entrecruzamento dialético dessas<br />
duas culturas, mutuamente enriquecedoras. Objetiva-se fazer uma análise<br />
comparativa entre o poema de Rosa e outras versões conhecidas, indicando<br />
1 OLIVEIRA. As origens de Magma, p. 115-126.<br />
Luiz Claúdio Vieira de Oliveira