Untitled - FALE - UFMG

Untitled - FALE - UFMG Untitled - FALE - UFMG

letras.ufmg.br
from letras.ufmg.br More from this publisher
17.04.2013 Views

A aranha caranguejeira e o quibungo Houve uma seca muito grande e não tinha nada para os bichos comerem. Então, apareceu uma árvore cobertinha de frutas maduras, muito doces, e todos eles foram comer. Só a aranha caranguejeira não pôde ir, porque tinha de atravessar um rio muito largo para chegar ao pé da árvore. Passou o urubu e a aranha disse: – Ôi! Urubu, me leva, que eu também quero ir comer uma fruta. – Trepa aqui nas minhas costas, respondeu o urubu. A aranha encarapitou-se nas costas do urubu, que saiu voando por ali afora, em busca da árvore… Chegando lá, arriou a aranha, e, quando foi para comer uma fruta, ela gritou-lhe: – Não, urubu, essa é minha. Eu já tinha marcado ela para mim, assim que fui chegando. O urubu voou e foi pousar junto a outra fruta. E, quando foi fazendo menção de bicá-la, a aranha tornou a gritar, dizendo: – Não, urubu, essa não, que eu também já tinha marcado para mim. E assim fez todas as vezes que o urubu ia comer uma fruta, até que o pobre do bicho se aborreceu com aquilo, voou e foi-se embora com a barriga vazia, deixando a aranha sozinha. Quando a aranha matou bem a fome, desceu e pôs-se em caminho para casa. Chegando, porém, à beira do rio e não podendo atravessá-lo, começou a chorar e a maldizer-se da sorte. Nisso, veio o jacaré e disse: – Comadre aranha, vamos para casa. Vosmincê dorme hoje lá com a gente e amanhã eu mando os meninos lhe passarem. Foram chegar em

A aranha caranguejeira e o quibungo<br />

Houve uma seca muito grande e não tinha nada para os bichos comerem.<br />

Então, apareceu uma árvore cobertinha de frutas maduras, muito doces,<br />

e todos eles foram comer. Só a aranha caranguejeira não pôde ir, porque<br />

tinha de atravessar um rio muito largo para chegar ao pé da árvore. Passou<br />

o urubu e a aranha disse:<br />

– Ôi! Urubu, me leva, que eu também quero ir comer uma fruta.<br />

– Trepa aqui nas minhas costas, respondeu o urubu.<br />

A aranha encarapitou-se nas costas do urubu, que saiu voando por<br />

ali afora, em busca da árvore… Chegando lá, arriou a aranha, e, quando<br />

foi para comer uma fruta, ela gritou-lhe:<br />

– Não, urubu, essa é minha. Eu já tinha marcado ela para mim,<br />

assim que fui chegando.<br />

O urubu voou e foi pousar junto a outra fruta. E, quando foi fazendo<br />

menção de bicá-la, a aranha tornou a gritar, dizendo:<br />

– Não, urubu, essa não, que eu também já tinha marcado para mim.<br />

E assim fez todas as vezes que o urubu ia comer uma fruta, até que<br />

o pobre do bicho se aborreceu com aquilo, voou e foi-se embora com a<br />

barriga vazia, deixando a aranha sozinha. Quando a aranha matou bem a<br />

fome, desceu e pôs-se em caminho para casa. Chegando, porém, à beira<br />

do rio e não podendo atravessá-lo, começou a chorar e a maldizer-se da<br />

sorte. Nisso, veio o jacaré e disse:<br />

– Comadre aranha, vamos para casa. Vosmincê dorme hoje lá com<br />

a gente e amanhã eu mando os meninos lhe passarem. Foram chegar em

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!