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Olharapos: São criaturas semi-animais e semi-humanas que aterrorizavam os navegadores durante o período de “descobrimento” das navegações lusitanas. Esses monstros são gigantes, possuem um único olho no centro da testa e são completamente estúpidos. Por conta disso, eles são facilmente derrotados por adversários fisicamente mais fracos, mas dotado de alguma inteligência. O que demonstra que a força não está exclusivamente nos músculos, mas na capacidade de raciocinar. Papa-figo: É um leproso ou morfético que se cura comendo o fígado de crianças, pois dessa forma o seu sangue é purificado. Isso ocorre devido à crença que considera a lepra uma doença caracterizada pela degeneração do sangue. Logo, se o sangue está ruim, o fígado também estará. Saci-pererê: Famoso garoto negro com uma perna só e gorro vermelho que faz com que ele se torna encantado, sagaz e ágil. Adora fumar o seu cachimbo, trançar a crina dos animais após cansá-los durante a noite, possui assobio medonho, misterioso e persistente. Tanto pode zombar aprontando traquinagens na casa dos outros, quanto pode ser malvado. É uma entidade muito comum no sul do país. 118 Escritos sobre quibungos Tango-mango: De caráter sobrenatural, este não se caracteriza de forma clara como um monstro, oscila entre um demônio e uma força obscura e destrutiva, que dizima os seres até seu total extermínio. Sem grandes definições não se sabe se isso ocorre devido a uma bruxaria ou exorcismo. Outros nomes: tangolo-mango, tango no mango, tanglomango, tango marango, tango mango, tangoromango, tangro mangro, trango mango, tangue mangue, tângano-mângano, tango-redemango. Tutu: Bicho papão que amedronta crianças nas canções de ninar. Na Bahia, ele é confundido com o caititu, que é um porco do mato. Outros tipos de tutu: tutu-zambeta, tutu-marambá, e tutu-do-mato. Eles que me contaram... Dos quimbungos Contos, causos e lendas Quibungo alaiberu CASTRO, Yeda Pessoa de. Contos Populares da Bahia: aspectos da obra de João da Silva Campos. Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, [separata], 1978. p. 39-40. QUEIROZ, Sônia (Org.). Histórias da tradição banto: Brasil, Angola, Moçambique. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2008. cd-rom. SOUZA CARNEIRO. Mitos Africanos no Brasil: ciência do folk-lore. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937. Quibungo-rei CASTRO, Yeda Pessoa de. Contos Populares da Bahia: aspectos da obra de João da Silva Campos. Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, [separata], 1978. p. 38-39. QUEIROZ, Sônia (Org.). Histórias da tradição banto: Brasil, Angola, Moçambique. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2008. cd-rom. SOUZA CARNEIRO. Mitos Africanos no Brasil: ciência do folk-lore. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937. O Quibungo e o filho Janjão CASTRO, Yeda Pessoa de. Contos Populares da Bahia: aspectos da obra de João da Silva Campos. Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 1978. [separata]. p. 36.

Olharapos: São criaturas semi-animais<br />

e semi-humanas que aterrorizavam<br />

os navegadores durante o período de<br />

“descobrimento” das navegações lusitanas.<br />

Esses monstros são gigantes,<br />

possuem um único olho no centro da<br />

testa e são completamente estúpidos.<br />

Por conta disso, eles são facilmente<br />

derrotados por adversários fisicamente<br />

mais fracos, mas dotado de alguma<br />

inteligência. O que demonstra que<br />

a força não está exclusivamente nos<br />

músculos, mas na capacidade de raciocinar.<br />

Papa-figo: É um leproso ou morfético que<br />

se cura comendo o fígado de crianças,<br />

pois dessa forma o seu sangue é purificado.<br />

Isso ocorre devido à crença<br />

que considera a lepra uma doença caracterizada<br />

pela degeneração do sangue.<br />

Logo, se o sangue está ruim, o<br />

fígado também estará.<br />

Saci-pererê: Famoso garoto negro com<br />

uma perna só e gorro vermelho que<br />

faz com que ele se torna encantado,<br />

sagaz e ágil. Adora fumar o seu cachimbo,<br />

trançar a crina dos animais<br />

após cansá-los durante a noite, possui<br />

assobio medonho, misterioso e persistente.<br />

Tanto pode zombar aprontando<br />

traquinagens na casa dos outros,<br />

quanto pode ser malvado. É uma entidade<br />

muito comum no sul do país.<br />

118 Escritos sobre quibungos<br />

Tango-mango: De caráter sobrenatural,<br />

este não se caracteriza de forma clara<br />

como um monstro, oscila entre um<br />

demônio e uma força obscura e destrutiva,<br />

que dizima os seres até seu<br />

total extermínio. Sem grandes definições<br />

não se sabe se isso ocorre devido<br />

a uma bruxaria ou exorcismo. Outros<br />

nomes: tangolo-mango, tango no<br />

mango, tanglomango, tango marango,<br />

tango mango, tangoromango, tangro<br />

mangro, trango mango, tangue mangue,<br />

tângano-mângano, tango-redemango.<br />

Tutu: Bicho papão que amedronta crianças<br />

nas canções de ninar. Na Bahia,<br />

ele é confundido com o caititu, que é<br />

um porco do mato. Outros tipos de<br />

tutu: tutu-zambeta, tutu-marambá, e<br />

tutu-do-mato.<br />

Eles que me contaram...<br />

Dos quimbungos<br />

Contos, causos e lendas<br />

Quibungo alaiberu<br />

CASTRO, Yeda Pessoa de. Contos Populares da Bahia: aspectos da obra de João da Silva Campos.<br />

Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, [separata], 1978. p. 39-40.<br />

QUEIROZ, Sônia (Org.). Histórias da tradição banto: Brasil, Angola, Moçambique. Belo Horizonte:<br />

<strong>FALE</strong>/<strong>UFMG</strong>, 2008. cd-rom.<br />

SOUZA CARNEIRO. Mitos Africanos no Brasil: ciência do folk-lore. São Paulo: Companhia Editora<br />

Nacional, 1937.<br />

Quibungo-rei<br />

CASTRO, Yeda Pessoa de. Contos Populares da Bahia: aspectos da obra de João da Silva Campos.<br />

Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, [separata], 1978. p. 38-39.<br />

QUEIROZ, Sônia (Org.). Histórias da tradição banto: Brasil, Angola, Moçambique. Belo Horizonte:<br />

<strong>FALE</strong>/<strong>UFMG</strong>, 2008. cd-rom.<br />

SOUZA CARNEIRO. Mitos Africanos no Brasil: ciência do folk-lore. São Paulo: Companhia Editora<br />

Nacional, 1937.<br />

O Quibungo e o filho Janjão<br />

CASTRO, Yeda Pessoa de. Contos Populares da Bahia: aspectos da obra de João da Silva Campos.<br />

Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 1978. [separata]. p. 36.

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