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Quibungo alaiberu Ogum deu aos meninos um alabô chamado Quibungo, pai de uma raça de lobos que não deixou descendentes. O bicho era muito maior do que um elefante, fazia erú a todos os jagunços e tinha duas bocas: uma para mastigar sem engolir e outra nas costas para engolir sem mastigar. Depois disso ninguém bolia com cassange, nem quibungue, nem banguela, porque já sabia no que iria dar, mas ainda assim havia gente que teimava. O bicho abria a boca das costas e começava a despejar gente que nunca mais se acabava, gente que parecia ter asas e entrava combatendo com os inimigos enquanto ele batia as pestanas. E era pega um, pega outro, e Quibungo, com as ventas arrebitadas, chupando os jagunços pra dentro da boca das costas. Os meninos gostavam de ver Quibungo botar pra fora o que não botava pra dentro e, quando aparecia um pombeiro à procura de escravos, Quibungo abria as costas e lá vai prisioneiros pro abatá e dinheiro pro povo. Já ninguém mais queria brigar com os meninos com medo do Quibungo, mas eles mandavam recados aos inimigos desafiando eles: Dudú Quibungo Alaiberú, alaiberú. E levavam Quibungo pra engolir gente e eles enriqueceram mais vendendo escravos. Ogum foi se aborrecendo com aquilo porque ninguém se lembrava dele e foi quebrando as forças do alabô fazendo ele cada vez

Quibungo alaiberu<br />

Ogum deu aos meninos um alabô chamado Quibungo, pai de uma raça<br />

de lobos que não deixou descendentes. O bicho era muito maior do que<br />

um elefante, fazia erú a todos os jagunços e tinha duas bocas: uma para<br />

mastigar sem engolir e outra nas costas para engolir sem mastigar.<br />

Depois disso ninguém bolia com cassange, nem quibungue, nem<br />

banguela, porque já sabia no que iria dar, mas ainda assim havia gente<br />

que teimava. O bicho abria a boca das costas e começava a despejar<br />

gente que nunca mais se acabava, gente que parecia ter asas e entrava<br />

combatendo com os inimigos enquanto ele batia as pestanas. E era pega<br />

um, pega outro, e Quibungo, com as ventas arrebitadas, chupando os<br />

jagunços pra dentro da boca das costas.<br />

Os meninos gostavam de ver Quibungo botar pra fora o que não<br />

botava pra dentro e, quando aparecia um pombeiro à procura de escravos,<br />

Quibungo abria as costas e lá vai prisioneiros pro abatá e dinheiro pro povo.<br />

Já ninguém mais queria brigar com os meninos com medo do<br />

Quibungo, mas eles mandavam recados aos inimigos desafiando eles:<br />

Dudú Quibungo<br />

Alaiberú, alaiberú.<br />

E levavam Quibungo pra engolir gente e eles enriqueceram mais<br />

vendendo escravos. Ogum foi se aborrecendo com aquilo porque ninguém<br />

se lembrava dele e foi quebrando as forças do alabô fazendo ele cada vez

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