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pela Raposa e abandonada para morrer. A Onça suplicou aos Cupins para roerem as cordas. Os Cupins respondiam como ao Quibungo: – nós soltamos você, e você depois nos mata. Compadeceram-se e libertaram a Onça que, imediatamente, os engoliu, ouana opai aitá, comeu todos eles. A minina que ficô morano mais o pai Esta é uma tradução para dialeto rural do português brasileiro feita por Sônia Queiroz do conto recolhido em Angola, entre o povo de língua banto, a partir da tradução em português lusitano de Carlos Estermann. 114 Escritos sobre quibungos Quibungos, bichos-papão e outras monstruosidades Bicho-homem: Lendário da região do nordeste, o bicho-homem é um monstro que possui apenas um olho e um pé redondo. Embora tenha esse formato, possui ainda dedos e unhas pontiagudas e monstruosas. Cultiva o hábito de esconder-se nas serranias e penhascos montando arapuca para prender e devorar os homens. Boi-tatá: De acordo com o padre José de Anchieta, é uma coisa de fogo, um facho cintilante que corre e mata os índios. Já Couto de Magalhães o descreve como a criatura que protege os campos contra aqueles que os queimam. As tradições apontam como uma cobra de fogo que mora na água. Outros nomes: Baitatá, Batata, Biatatá, Batatal, Bitatá, Jean Delafosse, João Galafuz, mboi, tatá, a cobra de fogo, o fogo da cobra. Boi Vaquim: Boi alado com asas e chifres de ouro e olhos de diamantes que amedronta as pessoas que vivem nos campos do Rio Grande do Sul devido às faíscas produzidas nas pontas dos chifres e aos seus olhos. Cabra-cabriola: Papão com boca grande, dentes afiados, solta fogo pelos olhos, narinas e boca. Assusta os meninos, pois eles são a principal presa durante o seu passeio noturno. Capelobo: Essa criatura é conhecida como lobisomem dos índios. Possui corpo humano e peludo, o focinho de anta ou de tamanduá, grito característico e pés em forma de fundo garrafa. De hábitos noturnos, este monstro é conhecido por suas rondas em acampamentos e barracões no interior do Maranhão e do Pará. Nessas rondas, ele busca e devora cães e gatos re-
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pela Raposa e abandonada para morrer. A Onça suplicou aos Cupins para<br />
roerem as cordas. Os Cupins respondiam como ao Quibungo: – nós soltamos<br />
você, e você depois nos mata. Compadeceram-se e libertaram a<br />
Onça que, imediatamente, os engoliu, ouana opai aitá, comeu todos eles.<br />
A minina que ficô morano mais o pai<br />
Esta é uma tradução para dialeto rural do português brasileiro feita por<br />
Sônia Queiroz do conto recolhido em Angola, entre o povo de língua banto,<br />
a partir da tradução em português lusitano de Carlos Estermann.<br />
114 Escritos sobre quibungos<br />
Quibungos, bichos-papão e outras monstruosidades<br />
Bicho-homem: Lendário da região do<br />
nordeste, o bicho-homem é um monstro<br />
que possui apenas um olho e um<br />
pé redondo. Embora tenha esse formato,<br />
possui ainda dedos e unhas<br />
pontiagudas e monstruosas. Cultiva<br />
o hábito de esconder-se nas serranias<br />
e penhascos montando arapuca para<br />
prender e devorar os homens.<br />
Boi-tatá: De acordo com o padre José<br />
de Anchieta, é uma coisa de fogo,<br />
um facho cintilante que corre e mata<br />
os índios. Já Couto de Magalhães o<br />
descreve como a criatura que protege<br />
os campos contra aqueles que os<br />
queimam. As tradições apontam como<br />
uma cobra de fogo que mora na água.<br />
Outros nomes: Baitatá, Batata, Biatatá,<br />
Batatal, Bitatá, Jean Delafosse,<br />
João Galafuz, mboi, tatá, a cobra de<br />
fogo, o fogo da cobra.<br />
Boi Vaquim: Boi alado com asas e chifres<br />
de ouro e olhos de diamantes que<br />
amedronta as pessoas que vivem nos<br />
campos do Rio Grande do Sul devido<br />
às faíscas produzidas nas pontas dos<br />
chifres e aos seus olhos.<br />
Cabra-cabriola: Papão com boca grande,<br />
dentes afiados, solta fogo pelos olhos,<br />
narinas e boca. Assusta os meninos,<br />
pois eles são a principal presa durante<br />
o seu passeio noturno.<br />
Capelobo: Essa criatura é conhecida<br />
como lobisomem dos índios. Possui<br />
corpo humano e peludo, o focinho de<br />
anta ou de tamanduá, grito característico<br />
e pés em forma de fundo garrafa.<br />
De hábitos noturnos, este monstro é<br />
conhecido por suas rondas em acampamentos<br />
e barracões no interior do<br />
Maranhão e do Pará. Nessas rondas,<br />
ele busca e devora cães e gatos re-