Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet
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EX-MILITANTE INSPIRA PERSONAGENS FEMININAS<br />
pernas paralisa<strong>da</strong>s — quando de sua libertação em troca<br />
do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben<br />
(seqüestrado em 1970), junto com mais 39 prisioneiros<br />
políticos —, em conseqüência <strong>da</strong>s violentas torturas que<br />
sofreu na cadeia.<br />
Após tanto sofrimento, Vera, que é economista,<br />
mantém-se uma pessoa de bem com a vi<strong>da</strong>, profun<strong>da</strong>mente<br />
vital, inteligência brilhante, bom humor, generosa,<br />
intelectualmente aberta e um espírito profun<strong>da</strong>mente<br />
crítico. Aos 49 anos, mãe de Felipe (de 19 anos,<br />
filho do ex-marido e até hoje grande amigo Carlos Henrique<br />
Maranhão), Vera conta nesta entrevista ao jornal<br />
O Estado de S. Paulo como era a geração que aderiu à<br />
luta arma<strong>da</strong> em 1968/1969 e participou do <strong>seqüestro</strong> do<br />
embaixador norte-americano; fala também <strong>da</strong>s ligações<br />
dessa geração com o movimento cultural do país na<br />
época; de torturados e torturadores e <strong>da</strong>s seqüelas que<br />
lhe restaram <strong>da</strong>s violências sofri<strong>da</strong>s na prisão.<br />
ESTADO – Como eram os jovens militantes <strong>da</strong> Dissidência?<br />
VERA SÍLVIA MAGALHÃES – Éramos uns 40 militantes e<br />
uns 30 simpatizantes <strong>da</strong> Dissidência. Considerávamos<br />
que não tínhamos estrutura suficiente para fazer a ação<br />
sozinhos, então chamamos a Aliança Libertadora Nacional<br />
(ALN), uma organização mais militariza<strong>da</strong> que a<br />
nossa. Era uma questão mais logística. Eu, por exemplo,<br />
que era do Comitê Central <strong>da</strong> organização, assim<br />
como o Daniel Aarão Reis, ain<strong>da</strong> tinha condições de<br />
circular pela zona sul do Rio antes do <strong>seqüestro</strong>. Nós<br />
estávamos num processo de acumulação de forças, nun-<br />
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