Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet
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APÊNDICE<br />
foi apaga<strong>da</strong> e as minhas funções na operação foram redistribuí<strong>da</strong>s<br />
por outros personagens.<br />
Eram 12 pessoas que estavam na operação?<br />
CLÁUDIO — Eu não sei exatamente o número, mas era em<br />
torno de dez, 11 pessoas.<br />
No filme aparecem sete ou oito.<br />
CLÁUDIO — É, mas essa questão não é nem o fato [sic], eu<br />
tive uma participação extremamente importante na operação<br />
e isso foi apagado. Mas a questão central não foi nem<br />
essa, a questão central foi a caracterização, essa caracterização<br />
do Jonas, esse contraponto forçado que foi feito com a<br />
figura do Gabeira, que era uma figura extremamente apaga<strong>da</strong><br />
para um tipo de ação como aquela, <strong>da</strong> qual ele não deveria<br />
sequer estar participando, só o fez por conta do que eu já<br />
disse, por conta de ser quem alugou a casa. Então o filme me<br />
causou uma certa indignação porque me deu inclusive a<br />
sensação de uma profun<strong>da</strong>... É como se fosse uma segun<strong>da</strong><br />
derrota nossa. A primeira foi aquela, dos anos 60, 70, quando<br />
a ditadura conseguiu desbaratar as nossas organizações.<br />
Muitos companheiros morreram, outros foram exilados,<br />
enfim; e a segun<strong>da</strong> derrota é o fato de nós não termos conseguido<br />
contar a história, ou seja, nós não conseguimos produzir...<br />
a esquer<strong>da</strong> arma<strong>da</strong> no Brasil não conseguiu produzir,<br />
nem antes, nem durante e nem depois, uma interpretação<br />
pelo menos razoável desse processo histórico do qual<br />
fui protagonista. Então, o filme tem alguma coisa de bom,<br />
nesse sentido de que ele provoca, e eu só lamento que o<br />
debate que ele provoca se dê em questões periféricas, por-<br />
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