Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet
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APÊNDICE<br />
aquela ação desonesta que ele faz para tentar envolver o<br />
Gabeira, enfim, tentar testar o Gabeira numa situação<br />
em que o Gabeira teria de assassinar o embaixador caso<br />
a ação não tivesse êxito.<br />
Isso não aconteceu?<br />
CLÁUDIO — Não aconteceu de forma alguma, e se alguém<br />
tivesse que fazer isso certamente não seria o Gabeira, porque<br />
o Gabeira sequer pertencia ao grupo de fogo <strong>da</strong> organização.<br />
O Gabeira ficou na casa o tempo todo?<br />
CLÁUDIO — Não o período todo, mas uma boa parte do<br />
tempo.<br />
Você disse que o Jonas não teve aquele diálogo com o embaixador.<br />
Quem participou <strong>da</strong> conversa com o embaixador? Foi uma<br />
intimi<strong>da</strong>ção?<br />
CLÁUDIO — Não, não foi de forma alguma uma intimi<strong>da</strong>ção.<br />
Primeiro há que se esclarecer o seguinte: essa ação do<br />
<strong>seqüestro</strong> tinha um coman<strong>da</strong>nte militar que era o Jonas,<br />
cujo nome real era Virgílio Gomes <strong>da</strong> Silva, e que foi assassinado<br />
pela repressão durante a tortura algumas semanas<br />
depois do <strong>seqüestro</strong>. Politicamente tinha dois responsáveis:<br />
um era o Toledo, o “Velho” [Joaquim Câmara Ferreira],<br />
que representava a ALN, e o outro, naquele momento <strong>da</strong><br />
operação, era eu, que representava a Dissidência <strong>da</strong> Guanabara<br />
ou MR-8.<br />
A Dissidência estava se assumindo como MR-8?<br />
CLÁUDIO — Não, o MR-8, na ver<strong>da</strong>de, originalmente, é<br />
uma outra organização que era dissidência do Estado do<br />
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