Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet
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DANIEL AARÃO REIS FILHO<br />
mil. O mercado não espera que ultrapasse os 300 mil.<br />
Aquele meio-sucesso que é mais do que um desastre, considerando<br />
as previsões e as expectativas. Não se ponha<br />
em dúvi<strong>da</strong> a expertise dos autores, produtores e amigos,<br />
todos altamente qualificados nas artimanhas do<br />
marketing. Mas é aquela questão <strong>da</strong> dosagem. De tempo<br />
e de ingredientes. O bolo deste filme parece ter solado.<br />
O pessoal caprichou demais. Querendo seduzir, saturaram.<br />
O imponderável<br />
Bem, deixemos de lado a questão do vil metal. Esta<br />
gente podia ter também outras razões para fazer o filme.<br />
O que desejavam? Aí pisamos num terreno<br />
movediço. Com efeito, não é na<strong>da</strong> fácil chegar a conclusões<br />
seguras. Não se trata de má vontade. A confusão<br />
brotou do próprio discurso dos autores. Ora diziam<br />
querer fazer apenas uma ficção. Mas na publici<strong>da</strong>de,<br />
agressiva, reivindicavam associação com a história. Não<br />
queriam falar de personagens reais. Mas contaram uma<br />
história real, e na apresentação dos personagens, não<br />
tiveram sequer o cui<strong>da</strong>do de mu<strong>da</strong>r os nomes de guerra.<br />
Um descuido de profissionais. Num país sério, depois<br />
de pagar as devi<strong>da</strong>s indenizações, poderiam ficar a<br />
perigo.<br />
Ou seja, um filme de ficção histórica que não se<br />
equilibrou como ficção e desabou como história.<br />
Mas o filme teve um aspecto positivo: fez a socie<strong>da</strong>de,<br />
e sobretudo a juventude, pensar ou repensar os anos<br />
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