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Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)

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algumas horas. E mostraria àquele brutamontes, na próxima vez, que<br />

os terrestres são gente de fibra.<br />

18<br />

Não cheguei a realizar meu intento. O dia seguinte foi cheio de<br />

situações imp<strong>rev</strong>istas, a começar pela chegada intempestiva de Lau às<br />

seis horas da manhã.<br />

Quem se levantou para atendê-lo foi Telga. Eu também já estava<br />

acordada, pensando nas dificuldades que me envolviam. Sabia que a<br />

culpa era minha. Se não fosse curiosa, não me teria metido numa en-<br />

crenca tão grande. Agora precisava sair dela com dignidade.<br />

Enquanto meditava, tinha nas mãos os objetos que ganhara de<br />

Telga e de Tálbor: o anel com a Pedra de Vigo e o aquecedor corporal<br />

que recebera à minha chegada. Ambos eram valiosos. Quando eu vol-<br />

tasse à Terra, serviriam para comprovar a história que ia narrar.<br />

Pressenti movimento na sala e tratei de levantar-me, pensando<br />

que Lau viera mais cedo por ordem de Zelfo. Decerto, o mal-encarado<br />

pretendia repetir as provas da véspera, para comparar os resulta<strong>dos</strong>.<br />

Guardei os objetos, recolhi a cama à parede, arrumei-me e dirigi-<br />

me à sala. Antes, porém, de lá chegar, uma frase de Lau, captada por<br />

mim ao acaso, gelou-me da cabeça aos pés:<br />

— Ele vai tirar-lhe a pele.<br />

Estaquei, horrorizada. Tirar a pele? De quem? A minha? Mas era<br />

uma idéia absurda, uma monstruosidade! Não podia crer! Zelfo não<br />

tinha o direito de sacrificar-me!<br />

Entrei na sala, mais pálida que eles, com as pernas bambas de<br />

pavor. Os dois perceberam logo que eu sabia da notícia. <strong>Cor</strong>reram para<br />

amparar-me. Enquanto Telga puxava um sofá para recostar-me, Lau<br />

começou a falar à beca:<br />

— Não se preocupe, que eu não vou deixar! Desde ontem, à

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