Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
partir, guardarei a lembrança destes dias tão bons!<br />
— Posso pedir uma coisa? — perguntei.<br />
— Tudo! — foi a resposta dela.<br />
— Dê-me uma dessas fotos. Quero levá-la comigo para a Terra.<br />
— Tire a que quiser!<br />
Entregou-me todas. Sentei-me para observá-las com calma. E<br />
estava entretida a escolhê-las, quando o videofone tilintou.<br />
Tálbor:<br />
três.<br />
Tínger correu, para acendê-lo. Era Zelfo. Tinha um recado para<br />
— Esteja dentro de duas horas a bordo da nave número trinta e<br />
Fiquei atônita com o chamado. Olhei para ele, à procura de<br />
explicação. Pareceu-me perturbado. Telga indagou:<br />
— Vai levar a Neide de volta?<br />
— Desta vez, não!<br />
Olhou-me, profunda e demoradamente. E concluiu:<br />
— Fique tranqüila!<br />
Partiu sem que antes eu lhe dissesse uma só palavra. À noite, na<br />
cama, chorei, pensando em mamãe, papai, Celeste e todo o pessoal da<br />
Terra. Acho que foi também pela ausência de Tálbor. <strong>Sem</strong> ele, eu não<br />
saberia viver no planeta Vigo.<br />
15<br />
— Neide! Neide! Você está chorando?<br />
Olhei para a porta aberta do quarto. Apesar da escuridão<br />
reinante, pude ver, pela roupa clara, que Telga ali se encontrava. Quis<br />
disfarçar, mas não pude.