Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
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— Está na hora de jantar.<br />
Durante a refeição, a família quis saber como se realizara a<br />
minha primeira experiência no Centro de Ciências. Contei toda a<br />
história, inclusive minha vã expectativa pelo aparecimento <strong>dos</strong> sábios!<br />
Rimos juntos do episódio. E houve quem narrasse vários fatos, em<br />
condições semelhantes.<br />
Depois Tínger convidou-me para ver seus brinque<strong>dos</strong>.<br />
— São to<strong>dos</strong> eletrônicos — informou. Telga, porém, opôs-se:<br />
— Nada disso! Ela vai ficar comigo aqui, para ler meus contos.<br />
— E amanhã? — sugeriu o menino.<br />
— Só à tarde — disse Tálbor. — Pela manhã, vou levá-la, de<br />
novo, ao Centro de Ciências.<br />
— Posso ir junto?<br />
— Não, senhor! Aquilo não é lugar para crianças. Vendo-o<br />
acabrunhado com os foras que levou,<br />
prometi:<br />
— Quando eu voltar, a gente brinca, está bem, Tínger?<br />
Fiquei até tarde, sentada na sala, entre Telga e Tálbor, ouvindo<br />
os contos que ela esc<strong>rev</strong>era, já que não os sabia ler. Um deles, apenas<br />
esboçado, tinha por cenário a Terra e por personagens uma jovem ter-<br />
restre e um pescador espacial viguense.<br />
distante.<br />
— Que nome devo dar à heroína? — indagou.<br />
— Celeste! — sugeri, pensando em homenagear minha amiga<br />
— Você gosta? — perguntou ao irmão mais velho.<br />
Ele nada respondeu. Puxou um cigarro do bolso, levou-o aos<br />
lábios e, fumando silencioso e com ar pensativo, continuou a ouvir o<br />
desenrolar do romance inacabado.<br />
Fixei-o atentamente. Parecia um galã.