Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A família comoveu-se com minha tristeza. Telga correu para mim e<br />
abraçou-me.<br />
é boníssimo...<br />
Não quero ir!<br />
me:<br />
— Não se assuste — murmurou-me ao ouvido. — O Grão-Sábio<br />
— Mas eu não quero ir! — bradei desesperada. — Não quero ir!<br />
Voltei-me contra Tálbor:<br />
— Você mentiu! Perverso! Malvado!<br />
Minha reação deixou-o surpreso. Ainda assim, tentou acalmar-<br />
— Não menti...<br />
— Mentiu, sim! Mentiu!. . .<br />
Dei-lhe as costas e enfiei o rosto nas mãos, para abafar o choro<br />
convulso que me transtornava. E, enquanto eu soluçava baixinho, ele<br />
começou a explicar:<br />
— Contei-lhe tudo na viagem, lembra-se?<br />
Era verdade. Contara, sim. Dissera, inclusive, que, sempre que<br />
possível, buscavam atrair seres humanos de outros planetas para<br />
estu<strong>dos</strong> científicos.<br />
— Mas você também disse que sempre devolve cada pessoa a<br />
seu mundo — recordei, menos agressiva.<br />
— Exato, — confirmou ele — e é o que vai acontecer a você!<br />
— Não vai! — protestei. — Eu vi a cara dele... daquele homem<br />
horrível, o Zelfo!<br />
Olhei-o de soslaio. Ele parecia sereno.<br />
— O Zelfo? Ele é vai<strong>dos</strong>o, só isso! Queria ter o prazer de levá-la,<br />
ele próprio, à presença do Grão-Sábio. Não deixei, porque este<br />
dever é meu. Recebi a missão, vou cumpri-la até o fim. Quanto a<br />
você, acho que está zangada à toa.<br />
— À toa? Sei lá o que vão fazer comigo!<br />
E mirei-o, com olhar de dúvida. Foi a conta: a contemplação<br />
daqueles olhos atraentes transmitiu--me a confiança de que carecia.<br />
— Nada de mal — expôs. — Você será interrogada e submetida