17.04.2013 Views

Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)

Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)

Margarida Ottoni - O Planeta dos Homens Sem Cor (pdf(rev)

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Venha!<br />

Saí à frente, deixando que me seguisse. Não lhe ouvi os passos e<br />

virei-me para aguardá-lo. Estava quase a meu lado. Tinha pés enormes,<br />

meti<strong>dos</strong> em botas que pareciam pesadas, contudo andava com leveza,<br />

como se flutuasse. Desconfiada, ergui os olhos para seu rosto,<br />

pensando outra vez que ele fosse o estranho passageiro do disco voador.<br />

Analisei-lhe as feições. Eram regulares, como -as das pessoas que eu<br />

conhecia. Procurei, então, convencer-me de que não havia razão para<br />

temê-lo. Tratava-se de um ser humano normal. E até bem avançado! O<br />

macacão e as botas que usava eram muito pra-frente.<br />

Dei-lhe razão:<br />

Sentindo-se observado, ele me perguntou:<br />

— Ainda pensa que sou marciano? <strong>Cor</strong>ei e não consegui mentir:<br />

— Penso no homem esquisito que vi. Ele se vestia como você.<br />

— Ora! Um homem esquisito! Não foi impressão sua?<br />

Enquanto falava comigo, olhava-me fixamente dentro <strong>dos</strong> olhos.<br />

— Deve ter sido. Em seguida, confessei:<br />

— Acho que você é um motoqueiro. Conversando, chegamos à<br />

margem da piscina cujas águas puras e azuis refletiam a claridade<br />

tênue da manhã. Indaguei:<br />

— Que tal?<br />

— Ótima! — respondeu, sem aproximar-se da borda. Ainda<br />

assim, o reflexo da água deu-lhe certo tom azulado e translúcido que<br />

me pôs uma vez mais em dúvida. Por isso, afastei-me dele.<br />

A distância de alguns metros, voltei-me para vê-lo. Ele<br />

caminhava em minha direção, seguro e alegre. Fitei a superfície líquida<br />

e não consegui distingui-lo. Por quê? Seria pela luz ofuscante do Sol à<br />

minha frente, que me impedia de enxergar direito, ou Tálbor era mesmo<br />

um homem fora do comum?<br />

A suposição de estar junto de um ser de outro planeta deixava-<br />

me sobressaltada, não obstante o jeito amigo que lhe notava nas<br />

atitudes. Para dirimir a dúvida, achei melhor submetê-lo a uma prova<br />

E a primeira idéia que me veio pus em prática.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!