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Violencia nas Escolas.pdf

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proteção das crianças viu-se enfraquecida. Nesse contexto, os<br />

roubos de pequena monta ocorridos fora da escola, como o furto<br />

de mercadorias em lojas, sofreram um nítido aumento, e a<br />

terceira onda de delinqüência juvenil começou a ganhar ímpeto.<br />

Na mesmas proporção que a função controladora das famílias<br />

e das comunidades locais se fragilizava, verificou-se, concomitantemente,<br />

um espetacular aumento das expectativas da<br />

sociedade com relação às escolas, que passaram a ser vistas como<br />

a última instituição indispensável capaz de desempenhar a função<br />

de socialização, ou seja de socializar as crianças pela educação.<br />

Como essas expectativas eram muito altas, e as escolas fervilhavam<br />

de criminalidade e violência juvenil, críticas cada vez<br />

mais severas passaram a ser dirigidas contra elas: as escolas eram<br />

acusadas de não desempenharem seu papel, e exigia-se delas que<br />

assumissem suas responsabilidades. Essas críticas forçaram-<strong>nas</strong><br />

a reforçar ainda mais sua supervisão e seu controle sobre os alunos.<br />

A cada vez que os estudantes liberavam sua energia cada vez<br />

mais agressiva, sob a forma de violência, delitos ou comportamentos<br />

problemáticos na escola, esta via-se na obrigação de exercer<br />

controle sobre essa energia, mas a repressão só fazia aumentar<br />

ainda mais a energia liberada em comportamentos problemáticos.<br />

Esse círculo vicioso tornou-se patente <strong>nas</strong> escolas de muitas<br />

regiões, em fins da década de 70 até inícios da de 80.<br />

Quando liberada, essa fervilhante energia negativa, dirigida<br />

contra as escolas em oposição a suas políticas de confinar os alunos,<br />

tomava a forma de violência contra os símbolos da escola, os<br />

professores. O círculo vicioso ocorrido durante esse período consiste<br />

num exemplo real de um tipo de dilema punitivo, onde as<br />

sanções que têm como objetivo controlar um problema transformam-se<br />

em fonte deste mesmo problema (Tokuoka, 1977).<br />

A figura 2 mostra essas tendências, tomando como exemplo<br />

um determinado número de estudantes que receberam orientação<br />

da polícia após terem cometido atos violentos. A violência<br />

escolar inclui violência praticada contra professores, violência<br />

entre os próprios alunos e vandalismo contra o patrimônio<br />

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