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Violencia nas Escolas.pdf

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desigualdade social. Essa desigualdade não se refere ape<strong>nas</strong> aos<br />

“bairros sensíveis”, ela existe em escala planetária: existe uma<br />

comunidade global de problemas, porque, se existe de fato essa<br />

coisa chamada de globalização, ela é a globalização da desigualdade,<br />

que afeta os bairros de classes trabalhadoras tanto nos países<br />

desenvolvidos quanto nos países em dificuldades. A mobilização<br />

deve se dar, portanto, em nível internacional; essa é a principal<br />

razão deste seminário e de nosso Observatório.<br />

No entanto, os campos de ação não se limitam aos centros<br />

de prestígio, como este, a Maison de l’UNESCO. Isso não tardaria a<br />

criar o risco do lamento bem-intencionado, de denúncias gerais,<br />

distanciadas das esperanças e das possibilidades, e também dos<br />

professores e dos demais protagonistas da área. O fato de que a<br />

construção da violência é lenta significa também que a prevenção<br />

tenha que começar cedo, devendo acontecer em meio às tarefas<br />

cotidia<strong>nas</strong> da educação, e não ape<strong>nas</strong> <strong>nas</strong> grandes campanhas de<br />

“conscientização”, por mais úteis que elas possam ser. O papel<br />

fundamental nessa prevenção deve ser desempenhado por aqueles<br />

que administram a educação em base cotidiana, contando, se necessário,<br />

com a ajuda de outros profissionais, especializados ou<br />

não: os professores, é claro, mas também as famílias e as comunidades,<br />

tantas vezes vistas como inimigas ou como culpadas. As<br />

pesquisas selecionadas pelo comitê científico desta conferência<br />

muitas vezes mostram que só é possível lidar com a violência na<br />

escola por meio de uma parceria estreita, e todas as experiências<br />

educacionais urba<strong>nas</strong> apresentadas, seja em peque<strong>nas</strong> comunidades<br />

ou em escolas de serviços integrados 22 (Van Veen et al., 1998),<br />

demonstram o mesmo. As experiências que contam de fato com a<br />

participação de parceiros institucionais, dos serviços públicos e da<br />

22 Ou seja, <strong>nas</strong> escolas como as de Amsterdã, por exemplo, que incluem vários<br />

serviços públicos no mesmo local (saúde, serviço social, creche infantil, biblioteca<br />

pública, etc.) o que, paradoxalmente, confere uma melhor identificação às diferentes<br />

profissões, inclusive a de professor, ao mesmo tempo em que evita uma separação<br />

entre a escola e o bairro e seus habitantes.<br />

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