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Violencia nas Escolas.pdf

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e que eles esquecem – ou ignoram – a maioria dos trabalhos<br />

mais importantes sobre o tema.<br />

De partida, após uma análise secundária das estatísticas<br />

oficiais sobre a violência <strong>nas</strong> escolas (estatísticas que são raras,<br />

aliás 11 ), a maior parte desses estudos, sem necessariamente subestimar<br />

tais atos, concordam que a quantidade dos crimes e<br />

delitos ocorridos <strong>nas</strong> escolas é baixa (Debarbieux, 1996, 1999;<br />

Facy, em Charlot e Emin, 1997; Gill e Hearnshaw, 1997; Lindström,<br />

1998). A tarefa desses pesquisadores é, também, mostrar –<br />

muitas vezes de forma cansativamente repetitiva – que devemos<br />

resistir a uma preocupação excessiva com a segurança, veiculada<br />

pelos noticiários que alarmam a opinião pública e os políticos<br />

(Downing et al., 2000). Aliás, isso não vale ape<strong>nas</strong> para a Europa:<br />

as pesquisas america<strong>nas</strong> de criminologia não são executadas por<br />

um bando de conservadores neofascistas, como denunciado por<br />

Wacquant (1999) – que só erra ao esquecer que as sociedades,<br />

até mesmo as científicas, são estratificadas, reificando portanto<br />

as chamadas posturas america<strong>nas</strong>. Ao contrário, o debate sobre<br />

os contraventores muito jovens ou a presença de armas letais <strong>nas</strong><br />

escolas tenta demonstrar a natureza infundada e ineficaz da cruzada<br />

conservadora, que tenta aplicar aos menores as leis adultas,<br />

a pena de morte inclusive (Farrington; Sociedade Americana de<br />

Criminologia, 2000). Neste estudo, nós veremos, com a apresentação<br />

de nosso amigo John Devine, que a repressão e a obsessão<br />

com a segurança não são os principais temas da maioria dos pesquisadores<br />

americanos – fato que será confirmado <strong>nas</strong> próximas<br />

publicações desta conferência.<br />

11 Quanto à questão da violência <strong>nas</strong> escolas, a França é, provavelmente, o único<br />

país do mundo que forneceu estatísticas – ainda que imperfeitas – de vários anos<br />

(1993), com um resumo nacional dos atos registrados pelas escolas e pela polícia,<br />

pelo menos anualmente, e agora trimestralmente. No entanto, existem vastas<br />

pesquisas oficiais nos Estados Unidos, e outros países produziram estatísticas,<br />

mas ape<strong>nas</strong> de forma episódica. Obviamente, isso não leva em conta as pesquisas<br />

científicas, que contam ou não com o apoio de instituições.<br />

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