17.04.2013 Views

Violencia nas Escolas.pdf

Violencia nas Escolas.pdf

Violencia nas Escolas.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

inclusão de variáveis explicativas nos modelos estatísticos, gera,<br />

com freqüência, um artefato totalmente distanciado da realidade,<br />

no qual o refinamento das categorias é correspondente a seu<br />

vácuo teórico (Passeron, 1991).<br />

De fato, a abordagem dos fatores de risco, por mais valiosa<br />

que possa ser, apresenta limitações metodológicas e epistemológicas,<br />

quando situada em nível individual. Seria ilusório tentar encontrar<br />

um modelo que nos permitisse prever com perfeição os comportamentos,<br />

uma vez que tal modelo poderia ape<strong>nas</strong> nos levar a<br />

excessos e ilusões relativas ao behaviorismo. Embora a abordagem<br />

dos “fatores de risco” seja de real interesse para análise da violência<br />

escolar, ela não deve levar a uma visão determinista, mas sim a uma<br />

visão que reconheça o papel das variáveis familiares e pessoais, e das<br />

variáveis estruturais e contextuais. A abordagem dos fatores de risco<br />

só tem valor quando centrada <strong>nas</strong> condições sociais e institucionais<br />

que produzem esses “riscos”. Em nossa opinião, portanto, a<br />

polêmica maneira de abordar a questão da intimidação por colegas<br />

nem sempre escapou de um enfoque excessivo nos aspectos psicológicos<br />

e no indivíduo, nos padrões e nos traços de caráter, sem<br />

colocar em questão os sistemas educacional e político (Blaya, 2001;<br />

Hayden e Blaya, 2001). Ao contrário de investigar as características<br />

individuais dos alunos e explicar seus perfis de risco, nós preferimos,<br />

como outros que nos antecederam (por exemplo, Gottfredson,<br />

1986), enfocar as características que fazem com que uma escola<br />

corra ou não o risco de ver-se envolvida em violência (Debarbieux,<br />

1999, 2001). Os fatores internos, ligados à organização das escolas,<br />

são variáveis importantes no que se refere à amplitude da delinqüência,<br />

nessas escolas. Os conflitos internos das equipes de adultos<br />

nos pareceram uma explicação possível para os efeitos escolares<br />

negativos e, por outro lado, a mobilização de outras equipes parece<br />

explicar os efeitos escolares preponderantemente positivos. O estudo<br />

causal, na tradição da Literatura sobre a Escola Eficaz, mostra que<br />

os protagonistas não são impotentes, e que a mobilização coletiva,<br />

internamente às escolas e no nível das parcerias exter<strong>nas</strong>, são uma<br />

maneira realista de tentar lidar com um fenômeno que não é uma<br />

73

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!