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Violencia nas Escolas.pdf

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mundo do virtual já adentrou o exame da dura realidade”. Prairat,<br />

então, sugere que devemos nos ater a uma definição limitada<br />

de violência, e cita um outro autor, Jacques Pain (1994), que certa<br />

vez propôs 5 a seguinte definição: “Entendemos violência como<br />

um processo que é construído, criminoso, bem demarcado pelas<br />

categorias do código penal”. Prairat usa também uma definição<br />

introduzida por Ballion (Ballion, 1999): há violência “quando há<br />

abuso, ameaça, intimidação, danos físicos a outros, danos ou destruição<br />

intencional de pertences”.<br />

Essa definição limitada deve-se, em parte, ao ressurgimento<br />

do interesse por um dos primeiros textos do pensamento francês<br />

sobre a insegurança, publicado em 1981 por Jean-Claude<br />

Chesnais (1981) e intitulado “História da Violência”. Chesnais é<br />

de opinião que devemos nos ater ao “círculo interno da violência”,<br />

ao “núcleo bruto”, à “ violência física mais grave”, subdividida<br />

em quatro tipos: homicídio (ou tentativa de homicídio), estupro<br />

(ou tentativa de estupro), danos físicos graves e roubo ou<br />

assalto armado. A violência “moral” ou simbólica é um “mau<br />

uso da linguagem, específico de certos intelectuais ocidentais que<br />

estão bem de vida demais para saber algo sobre o mundo da<br />

pobreza e do crime”.<br />

Essa refutação, portanto, dá origem a alguns argumentos<br />

interessantes:<br />

• Medo de um solipsismo psicologizante – ou mesmo de<br />

um nominalismo – que poderia cobrir uma ampla definição<br />

dentro do campo do relativismo radical.<br />

• O desejo de limitar a violência aos atos de violência – e<br />

principalmente às categorias factuais demarcadas pelo<br />

código penal.<br />

5 Escrevemos “certa vez propôs” porque Pain, sob a forte influência dos trabalhos sobre<br />

intimidação na escola, parece ter mudado de idéia. Em particular, ele traduziu e escreveu<br />

o prefácio do livro de Dan Olweus, livro esse que demonstra a importância da intimidação<br />

repetida (Olweus, 1999).<br />

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