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Violencia nas Escolas.pdf

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fessores ingleses passam cerca de 30 horas por semana na escola,<br />

o que lhes permite conhecer melhor seus alunos, e também seus<br />

colegas. Além disso, as tarefas de tutoria e a coordenação das<br />

atividades extracurriculares, na forma de clubes, são parte de suas<br />

obrigações profissionais. Isso poderia ser visto como perda de<br />

tempo, mas ajuda a construir uma relação diferente com os alunos.<br />

Na Inglaterra, os professores não são meros especialistas de<br />

uma matéria que tem que ser ensinada e, portanto, rejeitados pelos<br />

alunos que não são bons naquela matéria. Quando eles coordenam<br />

atividades alheias à sua própria matéria, eles têm a oportunidade<br />

de serem vistos como pessoas, e não como especialistas<br />

de uma disciplina. Esse ponto é preponderante, uma vez que as<br />

pesquisas identificaram um largo hiato cultural entre professores<br />

e alunos <strong>nas</strong> áreas mais carentes (Dubert e Duru-Bella, 2000).<br />

Nossa própria pesquisa reflete essa diferença entre os respectivos<br />

códigos culturais: 44% dos professores franceses vêem seus<br />

alunos como violentos, ao passo que, na Inglaterra, ape<strong>nas</strong> 23%<br />

são dessa opinião. O tema das atividades extracurriculares ainda<br />

é objeto de debates acalorados na comunidade educacional francesa,<br />

onde algumas pessoas se opõem à idéia de que o ensino<br />

competente de suas matérias deveria bastar. No entanto, os resultados<br />

relativos à questão da insegurança, da atmosfera da escola<br />

e da violência mostram que algumas escolas não conseguem<br />

oferecer um ambiente seguro. Isso quereria dizer que os professores<br />

dessas escolas não são competentes? Temos sérias dúvidas.<br />

Empurrar a responsabilidade de um mal-estar coletivo sobre indivíduos,<br />

quando se trata, na verdade, de um clima que se refere<br />

à escola como um todo, inclusive a locais como o pátio de recreio,<br />

os corredores e outras áreas comuns, parece ser uma negação<br />

do coletivo e de seus papéis e implicações na vida da escola.<br />

Melhor comunicação e presença mais constante, contribuindo<br />

para a construção de uma cultura comum, uma cultura escolar<br />

compartilhada por todos os membros da escola só podem ter<br />

influências positivas sobre o clima geral, como demonstrou Newman,<br />

em fins da década de 80:<br />

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