17.04.2013 Views

Violencia nas Escolas.pdf

Violencia nas Escolas.pdf

Violencia nas Escolas.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

lá para cá, passando por abrigos para crianças sem-teto, lares grupais,<br />

hospitais psiquiátricos e prisões juvenis, porque uma agência<br />

se apressa em despejá-las em outra agência (Butterfiled, 2000). É<br />

cada vez maior o número de crianças que sofrem de doenças mentais<br />

ou de retardamento, ou ambos, e que, devido aos cortes <strong>nas</strong><br />

verbas destinadas aos sistemas de saúde mental e à redução da<br />

cobertura dos problemas de saúde mental pelos planos de saúde e<br />

organizações de defesa da saúde, vêm sendo jogadas no sistema<br />

dos juizados de menores. Por todo o país, números cada vez maiores<br />

de jovens portadores de doenças mentais vêm sendo mandados<br />

para cadeias juvenis, nos últimos anos.<br />

Nosso tema, nesta conferência, são as escolas e a violência<br />

escolar. Mas, quando pensamos na prevenção, nossa atenção deve<br />

se voltar não só para a questão da reforma das estruturas institucionais<br />

e dos sistemas de assistência pública – o sistema educacional,<br />

mas também o sistema de guardiões alternativos, de saúde<br />

mental e dos juizados de menores – que são a origem de tantos<br />

desses problemas.<br />

Numa época em que os Estados Unidos receberam publicidade<br />

mundial, devido aos trágicos massacres ocorridos em<br />

Columbine e em outros locais, acredito que muito possa ser aprendido,<br />

tanto com os pontos fortes quanto com os pontos fracos<br />

dos paradigmas quantitativos. Retornando à questão dos dados<br />

mencionada por mim no início deste trabalho (há no mínimo 47<br />

adolescentes que sabiam de antemão que os massacres iriam ocorrer),<br />

essas informações de pesquisa talvez nos façam perceber o<br />

vasto abismo que separa a cultura da juventude do mundo dos<br />

adultos maduros. Essas informações, se interpretadas da maneira<br />

correta, talvez venham a apontar as deficiências de nosso processo<br />

de socialização. Os jovens querem tratar os outros de forma<br />

sensível, e não feri-los. Mas eles precisam sentir que há alguma<br />

reciprocidade por parte de um mundo adulto que esteja disposto<br />

a ouvi-los, e saiba fazê-lo. E isso, por sua vez, exige a criação<br />

de instituições que propiciem essa escuta e esses tipos de<br />

interação e de supervisão entre adultos e jovens.<br />

222

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!