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Violencia nas Escolas.pdf

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violência juvenil dos dias de hoje é menos mortal do que o era há<br />

uma década. Mas o número de jovens que admitem ter cometido<br />

atos de violência grave não-detectados pela polícia deveria nos<br />

servir de alerta para o fato de que a violência juvenil é um problema<br />

persistente, que exige um enfoque preventivo.”<br />

A característica singular da cultura americana quanto a essas<br />

questões, é claro, é a onipresença das armas de fogo. Como<br />

escreveu Karen Colvard, “A verdade é que, embora os índices<br />

norte-americanos de crimes interpessoais, como ataques corporais,<br />

sejam mais ou menos equivalentes aos verificados nos países<br />

europeus e asiáticos que mantêm estatísticas comparáveis,<br />

nossos (dos Estados Unidos) índices de homicídios – mesmo após<br />

as reduções recentemente verificadas – ainda são dez vezes maiores.<br />

E isso se deve a que, na América, os crimes interpessoais<br />

têm probabilidades muito maiores de virem acompanhados de<br />

uma arma de fogo, que têm probabilidades muito maiores que<br />

qualquer outro tipo de arma de causar morte” (Colvard, 1997).<br />

Apesar dessa ubiqüidade das armas de fogo verificada na<br />

sociedade americana, os cientistas sociais concluem, a partir de<br />

todos esses dados, que as escolas, hoje, são praticamente tão seguras<br />

quanto o eram há vinte anos, e que a percepção da segurança<br />

escolar por parte do público claramente contradiz as evidências<br />

em sentido contrário. O que insinuam diversos cientistas sociais<br />

muito conceituados é que o público está redondamente enganado.<br />

Um exame mais atento de análises como essas revela que,<br />

quando as “causas” da violência entre os jovens são identificadas,<br />

elas, inevitavelmente, aparecem como traços de personalidade<br />

específicos, ou como um acúmulo de traços num dado indivíduo.<br />

Desse modo, vem-se desenvolvendo uma vasta literatura<br />

especializada sobre “fatores de risco”, que delineia a progressão<br />

do indivíduo da primeira infância à adolescência, da inocência à<br />

violência grave. A lista é hoje bem conhecida: exposição precoce<br />

a violência extrema, distúrbios de stress pós-traumático, uso indevido<br />

de drogas, pais anti-sociais, fragilidade dos vínculos sociais,<br />

mau comportamento na escola, baixo QI, ruptura da família,<br />

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