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Violencia nas Escolas.pdf

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fatais ocorridos <strong>nas</strong> escolas vêm apresentando declínio, e que os<br />

índices de criminalidade grave e violenta são mais baixos <strong>nas</strong> escolas<br />

que fora delas.<br />

Qual o motivo desses asseguramentos periódicos de que “as<br />

coisas não são tão más assim”? Creio que os motivos sejam dois,<br />

ambos perfeitamente compreensíveis: o primeiro pode ser chamado<br />

de o motivo do “status quo”, e o segundo, de o motivo “liberal”.<br />

Os educadores, superintendentes de escolas, prefeitos e administradores<br />

estaduais e federais, como integrantes do sistema,<br />

não querem criar, entre os pais de alunos, um pânico que venha a<br />

afastá-los das escolas públicas. O segundo – o motivo “liberal”, é<br />

igualmente compreensível, embora exija explicações mais detalhadas.<br />

Ele se relaciona, creio eu, à pouca disposição, por parte do<br />

público americano, em aceitar e acreditar <strong>nas</strong> “boas notícias” trazidas<br />

pelas supostamente irrefutáveis estatísticas do FBI, de que<br />

os crimes graves e violentos diminuíram durante os anos 90. Então,<br />

não são ape<strong>nas</strong> “os políticos do sistema” que têm interesse<br />

em acalmar o público. Os acadêmicos liberais temem – de forma<br />

nada implausível – que, se o público persistir em sua inabalável<br />

opinião de que as estatísticas do FBI estão simplesmente erradas,<br />

e entrar em pânico com a vasta cobertura dada pela mídia<br />

aos massacres ocorridos <strong>nas</strong> escolas, ele irá pressionar os políticos<br />

de direita no sentido de dar continuidade a suas políticas<br />

punitivas de mais prisões, pe<strong>nas</strong> mais severas, ampliação da pena<br />

de morte e enquadramento dos adolescentes e crianças dentro<br />

do sistema de justiça penal destinado aos adultos. Desse modo,<br />

ambos os motivos são bastante compreensíveis, mas esse fato não<br />

nos deveria tornar cegos quanto a suas limitações.<br />

Outros estudos seguem um padrão semelhante. A Vigilância<br />

dos Comportamentos de Risco entre Jovens de 1999 verificou<br />

que ape<strong>nas</strong> 7% dos estudantes secundaristas admitiram ter<br />

levado uma arma à escola <strong>nas</strong> quatro sema<strong>nas</strong> anteriores, ao passo<br />

que, em 1993, esse número foi de 12%. Resultados como esses<br />

são rotulados de “encorajadores”. Uma outra leitura poderia<br />

ver esse decréscimo como um parco consolo.<br />

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