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Violencia nas Escolas.pdf

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metodologias de pesquisa sobre a violência escolar que hoje predominam<br />

nos Estados Unidos, e dos pressupostos políticos e<br />

socioculturais que as embasam. Proponho-me a criticar esses<br />

pressupostos hoje, aqui, com vocês, mas, ao fazê-lo, de modo<br />

algum pretendo condenar em bloco essa vertente de pesquisa –<br />

principalmente nos casos em que ela oferece percepções e conclusões<br />

que poderiam ser férteis para a formulação das políticas<br />

públicas, o que seria o caso do exemplo que acabo de citar.<br />

Eu, de início, gostaria também de me desculpar com esta<br />

platéia internacional, pelo fato de a maioria de meus comentários<br />

tratarem de pesquisas, práticas e políticas referentes exclusivamente<br />

aos Estados Unidos. Mas minhas intenções não são tão<br />

etnocêntricas quanto a princípio podem parecer. Embora, nos<br />

últimos anos, venham ocorrendo nos Estados Unidos avanços<br />

muito animadores em nossa compreensão da natureza e da gênese<br />

da violência entre os jovens – e, mais especificamente, da violência<br />

escolar – o objetivo de meus comentários será o de sugerir<br />

que os demais países devem ter muita cautela ao adotar algumas<br />

das abordagens de prevenção da violência hoje empregadas nos<br />

Estados Unidos.<br />

Já deve ter ficado claro, neste ponto, que vejo como profundamente<br />

falhas as pesquisas america<strong>nas</strong> mais ortodoxas no<br />

campo da violência escolar. Começarei passando em revista a<br />

sabedoria convencional. Não me refiro aqui à sabedoria convencional<br />

do “homem da rua”, mas aos pressupostos que embasam<br />

as pesquisas mais influentes, os relatórios financiados pelo governo<br />

e os centros de “prevenção da violência” de maior poder.<br />

O problema mais básico, creio eu, é que, tradicionalmente, os<br />

estudiosos da violência escolar começam sua pesquisa perguntando:<br />

“Por que razão os indivíduos se tornam violentos?” Espero<br />

poder demonstrar que essa pergunta é um equívoco.<br />

Esses estudos, quase que fatalmente, terminam sempre por<br />

nos assegurar que, apesar desses ataques recentes terem provocado<br />

grande ansiedade no público quanto à segurança das escolas,<br />

estas, em termos nacionais, continuam sendo “lugares relati-<br />

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