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Violencia nas Escolas.pdf

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(Marcus, 1998). Esse gosto pela repressão é ainda mais paradoxal<br />

pelo fato de os Estados Unidos, já há algum tempo, virem<br />

acumulando um estoque de experiências que foram testadas em<br />

ambientes sociais menos privilegiados. Mas cada experiência<br />

deve ser tomada em seu devido contexto.<br />

Programas de solução de conflitos e de arbitragem foram<br />

introduzidos em milhares de escolas primárias e secundárias. No<br />

entanto, a avaliação dessas técnicas dá margem a dúvidas. Não<br />

temos certeza de que as atitudes e opiniões possam ser fundamentalmente<br />

mudadas, o que talvez se deva a um grau insuficiente<br />

de compromisso por parte dos responsáveis, ou ao fato de<br />

os programas serem implementados tarde demais. Creio que o<br />

problema resida, acima de tudo, na aplicação estrita de uma técnica,<br />

em vez do uso de recursos combinados, como valorização<br />

do sucesso acadêmico, tutoria, atividades extracurriculares e intervenção<br />

precoce (Webster, 1993). E, no entanto, essas técnicas<br />

de arbitragem continuam sendo muito populares (De Long, 1994).<br />

O treinamento dura um ano e consiste em explicar que existem<br />

formas de evitar a violência e que é possível intervir rapidamente<br />

antes que um conflito entre em escalada. Essa técnica implica<br />

uma escuta atenta, expressão da experiência da vítima e do agressor,<br />

troca de pontos de vista e desenvolvimento de técnicas de<br />

cooperação e negociação. A cada semana, os professores dedicam<br />

“uma hora do tempo em sala de aula” às questões que fazem<br />

parte do programa e incentivam a discussão de situações<br />

específicas, para que os alunos sejam capazes de manter a calma<br />

mais tarde, quando surgirem as tensões e os conflitos. Os educadores<br />

dispõem de um ponto de atendimento para receber e ouvir<br />

alunos perturbados, enviados por amigos ou professores. Outras<br />

técnicas consistem em conferir responsabilidade a alunos voluntários<br />

e fazer com que eles deliberem conjuntamente em estruturas<br />

formais, um pouco semelhantes a tribunais, sobre conflitos<br />

ou delitos específicos, uma vez que a maioria dos alunos prefere<br />

ser julgada por seus colegas a sê-lo por uma instituição, quando<br />

o problema não é de natureza penal.<br />

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