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Violencia nas Escolas.pdf

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meio da criação de postos de atendimento <strong>nas</strong> diversas organizações<br />

afetas à questão, de linhas telefônicas de disque-ajuda e<br />

de serviços de aconselhamento <strong>nas</strong> escolas.<br />

Uma outra característica da intimidação no Japão é que a<br />

relação vítima/agressor ocorre num campo onde um forte controle<br />

informal, baseado no senso de responsabilidade de cada integrante<br />

do grupo para com os demais, geralmente funciona no sentido<br />

da estabilização e da manutenção da ordem. No Japão, não é<br />

incomum se ouvir o comentário: “Isso é só coisa de criança. Por<br />

que os adultos têm que se envolver?”, relativo à questão da intimidação.<br />

Além disso, a polícia, uma instituição nacional, pode intervir<br />

ape<strong>nas</strong> nos casos em que o ato de intimidação se enquadre no<br />

direito penal. Assim, a questão da intimidação por colegas é geralmente<br />

vista como um problema de relações huma<strong>nas</strong> enfrentado<br />

pelas crianças em sua vida cotidiana, e que deve ser deixado a cargo<br />

dos próprios estudantes, que devem, eles mesmos, tomar iniciativas<br />

para restabelecer a ordem e evitar a intimidação.<br />

No entanto, confiar no controle informal para resolver o<br />

problema só funciona quando os próprios estudantes têm a capacidade<br />

de exercer controle suficiente contra a intimidação, de<br />

resolver os problemas surgidos e de manter a ordem. Se lhes falta<br />

essa capacidade, e se o dano social resultante é visto como<br />

sendo socialmente significativo, então, a aplicação dos princípios<br />

do paternalismo, da intervenção e da proteção, partindo de instituições<br />

nacionais ou de outros tipos, ou dos próprios adultos, é<br />

vista como inevitável (Morita, 1999).<br />

O fato é que testemunhamos uma série de casos de suicídio,<br />

de assassinatos e de agressões físicas graves ligadas à vingança, e<br />

de abandono da escola, traumas mentais e doenças psiquiátricas<br />

provocados pela intimidação, o que demonstra que esta é capaz de<br />

causar um nível tão elevado de danos psicológicos que a questão<br />

não pode ser deixada <strong>nas</strong> mãos das próprias crianças. No estudo<br />

elaborado pela Academia Nacional de Polícia já mencionado anteriormente,<br />

também vimos casos de crimes brutais praticados por<br />

menores em conexão com a intimidação por colegas.<br />

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