octirodae brasil 2ª edição em português – tradução do original em ...
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www.<strong>octirodae</strong><strong>brasil</strong>.com.br<br />
OCTIRODAE BRASIL<br />
Esta não podia ser mais simples, pois constava só de três prendas: uma espécie de cota<br />
de malha fina, escamada, que lhe cobria a totalidade <strong>do</strong> corpo a exceção da cabeça e das<br />
mãos; um par de botas de cano curto; e um cinto com fivela octogonal, sobre a que estava<br />
grava<strong>do</strong> um conjunto de signos indecifráveis; as três peças haviam si<strong>do</strong> elaboradas com<br />
materiais inimagináveis. Compara<strong>do</strong> com os Homens de Pedra, o Senhor de Vênus era um<br />
gigante: um tanto mais alto que os Vrunaldinos, que se contava entre os Cavaleiros de<br />
maior estatura de Castela. Tinha o cabelo loiro, bastante curto, e feições agradáveis no<br />
rosto, de pele muito pálida. Mas o que mais impressionava, pois lhe outorgava o aspecto<br />
de um ser de outro mun<strong>do</strong>, ou pertencente a uma Raça desconhecida, eram seus olhos<br />
carentes de pupila, somente compostos por uma íris de cor verde esmeralda: esses olhos,<br />
desprovi<strong>do</strong> de expressão humana, testificavam a inquietante evidência de que na História<br />
<strong>do</strong> hom<strong>em</strong> foi esqueci<strong>do</strong> algo. Algo que talvez seja inevitável recordar <strong>em</strong> nossa época, Dr.<br />
Arturo Siegnagel.<br />
Depois da saudação, o Capitão Kiev continuou falan<strong>do</strong>, ainda que não movesse os lábios,<br />
to<strong>do</strong>s o ouviam perfeitamente, e ninguém se questionou sobre o prodígio. Os Homens de<br />
Pedra perceberam que com Aquele Ser não haveria nenhuma classe de diálogo: o Senhor<br />
de Vênus veio trazer uma mensag<strong>em</strong> e depois de comunicá-la se iria <strong>em</strong>bora.<br />
<strong>–</strong> Sangue de Tharsis: Trago, vos a saudação de Navutan, o Senhor da Guerra! E também<br />
vos trago Sua Palavra. Prestai atenção, abri b<strong>em</strong> vossos senti<strong>do</strong>s, porque a presente<br />
oportunidade é única, talvez irrepetível antes da Batalha Final. Em verdade, t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> a<br />
façanha que vós haveis protagoniza<strong>do</strong> ao contribuir destruin<strong>do</strong> os planos <strong>do</strong> Inimigo o que<br />
tenha motiva<strong>do</strong> esta visita: na morada <strong>do</strong>s Deuses, o Senhor da Guerra e os Senhores de<br />
Vênus, beb<strong>em</strong> o Hidromel com vossos Antepassa<strong>do</strong>s! Ali, na Morada <strong>do</strong>s Deuses, vos<br />
haveis garanti<strong>do</strong> um lugar junto aos Heróis da Raça Hiperbórea! E na Terra, haveis<br />
conquista<strong>do</strong> o direito a existir, ainda <strong>em</strong> meio à maior Ilusão <strong>do</strong> Grande Engano. É da<br />
vontade de Navutan que vossa casa exista até o dia da Batalha Final e que seus m<strong>em</strong>bros<br />
acompanh<strong>em</strong> as filas <strong>do</strong>s Deuses portan<strong>do</strong> o estandarte <strong>do</strong> Espírito Eterno! Por isso vos é<br />
revelada por meu intermédio a Tirodinguiburr, Seu Nome Esqueci<strong>do</strong>, a Chave <strong>do</strong> Mistério<br />
<strong>do</strong> Labirinto: para que Vosso Espírito se reoriente à Orig<strong>em</strong> e jamais volte a extraviar-se.<br />
Compreendam, Senhores de Tharsis, que o hom<strong>em</strong> a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> somente é consciente de<br />
um Mun<strong>do</strong>, de uma Terra, de uma História, a qual considera “real”, mas que o Espírito<br />
cativo compartilha na Ilusão milhares de Mun<strong>do</strong>s possíveis, de Terras s<strong>em</strong>elhantes, de<br />
Historias parecidas. Vós sois homens despertos, mas o hom<strong>em</strong> a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> vive, s<strong>em</strong><br />
sabê-lo, <strong>em</strong> milhões de Mun<strong>do</strong>s de uma vez: sua consciência, <strong>em</strong> certas ocasiões<br />
permanece toda a vida referida a um Mun<strong>do</strong> particular; ou, eventualmente, passa de um<br />
Mun<strong>do</strong> a outro s<strong>em</strong> notá-lo; mas o hom<strong>em</strong> a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> é incapaz de distinguir um Mun<strong>do</strong><br />
de outro, pois a Ilusão é muito intensa e d<strong>em</strong>asia<strong>do</strong> profunda. Diferente é o ponto de vista<br />
<strong>do</strong> Espírito cativo, que subjaz aprisiona<strong>do</strong> na Alma <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>. Para o Espírito<br />
Eterno qualquer desses Mun<strong>do</strong>s pode ser “real”, pode viver-se como real, mas to<strong>do</strong>s são<br />
igualmente ilusórios. Para o Espírito, muitos <strong>do</strong>s homens que crê<strong>em</strong> existir, e muitas das<br />
coisas que se crê que existam, não são reais, são pura Ilusão. Para o Espírito somente é<br />
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