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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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jovens a sua linha <strong>de</strong> orientação. Todavia, a breve<br />

trecho, os poetas do Núcleo abandonaram (talvez<br />

ultrapassando) aquilo a que eles chamaram «poesia<br />

mulata». Na realida<strong>de</strong> eram outros os seus<br />

condicionalismos sócio-políticos, outra a África que eles<br />

viviam. A um problema <strong>de</strong> «i<strong>de</strong>ntificação» e «elitismo»<br />

contrapunham uma perspectiva <strong>de</strong> «situação» e<br />

«massificação». Eles já não cantavam a «Mãe Negra»<br />

com a mesma intenção valorativa e «dignificativa» que<br />

confessam os poetas moçambicanos <strong>de</strong> 58/59/60. Para<br />

eles não tinha gran<strong>de</strong> força motivacional a<br />

impenetrabilida<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> branca.<br />

«Armando Guebuza, Albino Magaia e Marcelino<br />

Comiche são os representantes máximos do Núcleo.<br />

«Devido à mesma tendência centrípeta do movimento<br />

do Núcleo, pelo menos em relação à poesia mais ou<br />

menos consagrada <strong>de</strong> Moçambique, não contamos hoje<br />

com registos da sua produção literária. Este movimento<br />

não foi antologiado, não conquistou o espaço <strong>de</strong><br />

nenhuma página literária, não arriscou nenhuma edição<br />

policopiada. Os poemas <strong>de</strong> Guebuza e Comiche apenas<br />

ouvidos (entusiasticamente) nos saraus <strong>de</strong> poesia<br />

organizados pelo <strong>Centro</strong> dos Negros – associação que<br />

em meados <strong>de</strong> 1965 foi encerrada pelas autorida<strong>de</strong>s.<br />

«Este encerramento, que levou à dispersão dos jovens<br />

poetas, coincidiu com a publicação num número <strong>de</strong> O<br />

Brado Africano <strong>de</strong> algumas peças literárias produzidas ao<br />

longo da vida do Núcleo» 153.<br />

De Armando Guebuza, atrás citado, é o poema «As<br />

tuas dores», antologizado e agora por vezes recitado em<br />

Lisboa: «As minhas mãos/mais as tuas mãos/vão<br />

pegando em armas/A minha força/mais a tua força/vão<br />

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