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Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

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que nem sempre leva a qualquer <strong>de</strong>scoberta» e adiante<br />

se referia aos «tantos artistas e escritores <strong>de</strong><br />

Moçambique que se encontram ainda <strong>de</strong>masiadamente<br />

presos a temas alheios ao chão que pisam (...)». 142<br />

Quase todos os poetas moçambicanos colaboraram<br />

nestas duas publicações e ainda em A Tribuna. Pelo<br />

menos, às duas primeiras <strong>de</strong>sejaríamos vincular os<br />

seguintes nomes: Jorge Vila, Nuno Bermu<strong>de</strong>s, Rui<br />

Knopfli, Carlos Monteiro dos Santos, Guilherme <strong>de</strong><br />

Melo, Artur Costa e Fernando Couto, os dois últimos,<br />

porém, não havendo colaborado em Paralelo 20. Artur<br />

Costa (Viagem ao país inventado, 1962), e que há muito<br />

regressou a Portugal, legítimo será consi<strong>de</strong>rá-lo agora no<br />

contexto da poesia <strong>portuguesa</strong>. E não sabemos se o<br />

mesmo se <strong>de</strong>ve aplicar a Fernando Couto (Poemas junto à<br />

fronteira, 1959; Jangada do inconformismo, 1962; O amor<br />

diurno, 1962) que inicialmente (e cremos que em escassos<br />

poemas) equacionou o apelo da esperança gravado no<br />

universo africano («Ao teu lado Walt Whitman/gostaria<br />

fosse minha a Canção da Estrada Larga») 143 para <strong>de</strong>pois<br />

se dar, por inteiro, à fruição <strong>de</strong> uma poesia <strong>de</strong><br />

nobilitação amorosa, em linguagem tecida <strong>de</strong> profusas<br />

imagens, e numa pureza que faz lembrar Eugénio <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>. Texto do «rumor» íntimo, talhado <strong>de</strong> «silêncio<br />

e frescura», uma «limpi<strong>de</strong>z cristalina», um quase «gesto<br />

diáfano», dir-se-ia a voz reprimida que inocentemente se<br />

<strong>de</strong>spren<strong>de</strong> em «aromas», «sabor do mel» e que, na<br />

geometria dos seus curtos poemas, se torna «crepitante»,<br />

como uma «labareda solta», envolvendo-nos<br />

comovidamente no êxtase <strong>de</strong>slumbrado <strong>de</strong>ste lírico<br />

«diáfano».<br />

Quanto a Carlos Monteiro dos Santos, que se estreou<br />

em Portugal com Poemas <strong>de</strong> sequência, 1958, é pena que o<br />

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