Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
elas como falos <strong>de</strong> ouro<br />
erectos no ventre nervoso da noite africana 139<br />
Estamos ainda nos finais da década <strong>de</strong> cinquenta. Na<br />
Beira, aparece a revista Paralelo 20 (1957-1961) 140.<br />
Eclética, incluindo a reportagem, a notícia, cinema, arte,<br />
teatro, crítica, história, folclore, música, só a partir do n.º<br />
5/6, se torna exclusivamente «revista <strong>de</strong> cultura e arte»,<br />
e alcança então uma certa in<strong>de</strong>pendência cultural. E é a<br />
partir do n.º 7 que se transforma praticamente em<br />
revista literária, inclusive quase tão só colaborada por<br />
escritores moçambicanos, diminuindo assim a presença<br />
<strong>de</strong> intelectuais portugueses que <strong>de</strong> Portugal mandavam a<br />
sua colaboração, facto corrente em muitas publicações<br />
moçambicanas e angolanas, embora neste caso menos.<br />
É legítimo dizer que nos últimos números Paralelo 20 se<br />
dignifica num esforço <strong>de</strong> aproximação <strong>de</strong> uma temática<br />
moçambicana, dando um certo relevo à poesia. E se não<br />
é uma verda<strong>de</strong>ira opção <strong>de</strong> moçambicanida<strong>de</strong>, coisa que<br />
não vai ser possível em Moçambique até 1974, ao<br />
contrário do que se <strong>de</strong>u em Angola (angolanida<strong>de</strong>) ou<br />
em Cabo Ver<strong>de</strong> (caboverdianida<strong>de</strong>), <strong>de</strong>la ressaltam<br />
propostas abertamente contra «formas <strong>de</strong> arte» que não<br />
vivam <strong>de</strong> «preciosismos folclóricos sediços», e antes<br />
«pedaços da vida real <strong>de</strong> Moçambique, território<br />
inesgotável em termos humanos, já pela sua<br />
complexida<strong>de</strong> rácica, já pela sua mudável problemática<br />
social e espiritual» (n. os 10/11), <strong>de</strong>sejando «contribuir<br />
um pouco que seja para a estruturação <strong>de</strong> uma literatura<br />
moçambicana que, forçosamente, se encontra ainda na sua<br />
fase <strong>de</strong> busca». Destaca-se ainda aí no n.º 9, a este<br />
propósito, o ensaio <strong>de</strong> Carlos Alberto Lança (português<br />
81