17.04.2013 Views

Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

do amor, na busca do «equilíbrio oculto», da «pureza<br />

integral» (Ramos Rosa in Prefácio a Exílio, p. XIX), a<br />

sua visão do mundo releva da crença na plenitu<strong>de</strong> global<br />

do universo feito <strong>de</strong> uma harmonia transcen<strong>de</strong>nte.<br />

Poesia do «mistério», do êxtase, «das maravilhas ocultas<br />

do mundo»: «Serenamente como o mar inunda/De<br />

plenitu<strong>de</strong> a linha do horizonte/Esse corpo canta<br />

<strong>de</strong>slumbrado/O ritmo prometido e cristalino/Estátua<br />

múltipla <strong>de</strong> gestos perfeitos/Que <strong>de</strong>ixa no meu corpo a<br />

luz sibilina/De todas as maravilhas ocultas do mundo»<br />

118.<br />

A jornada <strong>de</strong> Orlando Men<strong>de</strong>s é longa: Clima (1959);<br />

Depois do sétimo dia (1963); Portanto, eu vos escrevo (1964);<br />

Véspera confiada (1968); A<strong>de</strong>us <strong>de</strong> Gutucumbui (1974); A<br />

fome das larvas (1975); País emerso (ca<strong>de</strong>rno 2), (1976).<br />

Uma coerência mantida do longo <strong>de</strong> uma vida, às vezes<br />

<strong>de</strong> recolhida modéstia, furtando-se ao mecanismo das<br />

míticas trombetas publicitárias. Des<strong>de</strong> Trajectórias (1940),<br />

com o poema «Evolução», coloca-se como pioneiro da<br />

mo<strong>de</strong>rna poesia moçambicana, e a sua obra alarga-se e<br />

aprofunda-se, revelando uma consciência aguda das suas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> homem moçambicano, no<br />

exercício permanente da recusa altiva:<br />

Contudo, nada her<strong>de</strong>i que dome<br />

A gran<strong>de</strong>za nova que transmito,<br />

e que outra coisa não é do que «[...] esta seiva<br />

elementar»<br />

De África nos versos que digo<br />

E os homens saibam cantar. 119<br />

70

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!