17.04.2013 Views

Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

Literaturas africanas de expressão portuguesa - Centro Virtual ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

chorando contigo nossos irmãos negros da Geórgia/e<br />

<strong>de</strong> S. Paulo» 116. É esta fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e este sentimento que<br />

estão na origem da divulgação da poesia novamente<br />

empreendida, mais tar<strong>de</strong> em Portugal, por Papiniano<br />

Carlos, e que recentemente acaba <strong>de</strong> prefaciar a<br />

antologia As armas estão acesas nas nossas mãos – antologia<br />

breve da poesia revolucionária <strong>de</strong> Moçambique (1976).<br />

Orlando <strong>de</strong> Albuquerque (Batuque negro, 1947; Estrela<br />

perdida, 1950; Estrela perdida e outros poemas, 1962; Sobre o<br />

vento noroeste, 1964; Poesia inútil, 1972), natural <strong>de</strong><br />

Moçambique, estuda em Portugal e vai radicar-se em<br />

Angola on<strong>de</strong> viveu até há pouco. A sua obra colhe assim<br />

na experiência moçambicana e na experiência angolana.<br />

Poeticamente fixamo-lo aqui a Moçambique convencido<br />

<strong>de</strong> que, por largos anos, e enquanto viveu em Portugal,<br />

foi essa experiência a que prevaleceu, a experiência<br />

vivida na «Mãe-Terra»:<br />

Se eu pu<strong>de</strong>sse traçaria um círculo<br />

à volta do teu corpo cobiçado<br />

nas mornas horas da madrugada... 117<br />

Alberto Lacerda (77 poems, ed. bilingue, 1955; Palácio,<br />

1961; Exílio, 1963), <strong>de</strong> há muito ausente da Ilha <strong>de</strong><br />

Moçambique, sua terra natal, com longa permanência<br />

em Inglaterra, actualmente vivendo nos Estados Unidos<br />

da América, a sua lírica nada tem a ver com o dramático<br />

trajecto histórico do povo moçambicano. O seu<br />

discurso ignora totalmente o real moçambicano: o<br />

negro, a exploração, a tragédia do colonialismo, ou a<br />

germinização <strong>de</strong> um pensamento libertador. Isto não<br />

invalida <strong>de</strong> modo nenhum a excelência estética <strong>de</strong><br />

Alberto Lacerda. Poeta do «exílio», da «grave solidão»,<br />

69

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!